O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que decidirá em março do próximo ano se irá concorrer a um segundo mandato.
Ainda sem partido para entrar na disputa eleitoral, o presidente precisa estar filiado a uma sigla pelo menos seis meses antes do pleito, marcado para outubro, para estar apto a disputar a reeleição.
"Vou decidir em março se vou ser candidato à reeleição", disse Bolsonaro na noite desta quarta em entrevista à Boas Novas TV.
Eleito em 2018 pelo então nanico PSL, o presidente deixou a legenda em 2019 após disputa com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar.
Na segunda-feira, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, divulgou vídeo em que reitera o convite a Bolsonaro para que se filie à legenda. Costa Neto foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão e foi preso pelo seu envolvimento no esquema em dezembro de 2013. Em 2016 recebeu o perdão da pena e foi solto, beneficiado pelo indulto presidencial publicado no final de 2015.
Bolsonaro chegou a anunciar a criação de uma nova sigla, o Aliança pelo Brasil, mas o processo não andou e nem sequer se aproximou do número mínimo de assinaturas exigido pela Justiça Eleitoral para dar entrada na criação da nova legenda.
O presidente também chegou a flertar com o Patriota, outro partido nanico ao qual o senador Flávio Bolsonaro (RJ) se filiou, mas disputas e resistências internas na legenda impediram que as tratativas avançassem.
Outra alternativa é o PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). A possibilidade ganhou força, mesmo tendo parte considerável do partido contrária.
Além de PL e PP, um outro caminho possível para Bolsonaro é o PTB, de Roberto Jefferson, que está preso desde 13 de agosto por determinação do STF, acusado de realizar ataques pela internet a instituições democráticas no âmbito de inquérito que investiga as chamadas milícias digitais. O PTB formalizou no início deste mês o convite de filiação a Bolsonaro.