O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 15, que o caso do vice-líder flagrado com R$ 33.150,00 na cueca e outros R$ 10 mil e US$ 6 mil em um cofre não tem a ver com o seu governo. Ele justificou que a escolha dos vice-líderes se deu por "indicação dos líderes partidários", no caso da Câmara, e por "comum acordo" no Senado. "Esse caso não tem nada a ver com o meu governo. Meu governo são os ministros, as estatais e os bancos oficiais."
O presidente disse ainda que Chico Rodrigues (DEM-RR) tinha o prestígio e carinho de "quase todos". "Nunca vi ninguém falar nada contra ele. Aconteceu esse caso? Lamento", afirmou em transmissão ao vivo pelas redes socias.
Nomeado por Bolsonaro em 2019 para ser vice-líder do governo no Senado, Rodrigues foi flagrado nesta quarta-feira, 14, em Boa Vista (RR), tentando ocultar dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal.
O governo, agora, tenta se desvincular das acusações envolvendo o senador. Mais cedo, o presidente destitui o parlamentar do cargo de vice-líder e disse, em conversa com apoiadores, que há desvios de dinheiro público destinado pela União para Estados e municípios, mas repetiu que não há corrupção em seu governo. Já na tarde desta quinta, Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, pediu exoneração do cargo de assessor parlamentar do senador após orientações de aliados do governo.
Na live desta quinta, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e de Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), o presidente voltou a reforçar que não há corrupção em seu governo. "Até falei outro dia que a Lava Jato, para mim, não funciona. Até o momento não funcionou para mim, para o meu governo. Agora, para o Brasil, tá funcionando. E com toda a certeza teremos operações da Lava Jato até o final do ano."
Interferência na PF
No contexto de sua fala sobre a Operação Lava Jato, Bolsonaro lembrou das acusações do ex-ministro Sérgio Moro envolvendo possível interferência do presidente na Polícia Federal para ter acesso a informações sigilosas. O mandatário disse que considera a acusação uma "denunciação caluniosa" e disse que vai esperar o final do processo para ver o que vai fazer.