O presidente Jair Bolsonaro voltou a ser alvo de protestos neste sábado, 21, em São Paulo e no Rio de Janeiro. É a quarta vez na semana que manifestantes convocam panelaços contra o presidente, que hoje completa 65 anos.
As manifestações deste sábado foram planejadas pelas redes sociais, principalmente Twitter e WhatsApp, ao menos desde o terceiro dia de panelaços, na quinta, 19. As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, formadas por centenas de movimentos sociais, sindicais e partidos de esquerda, também convocaram o novo panelaço para este sábado.
Em São Paulo, há relatos de manifestações nos bairros Bela Vista, Lapa, República, Vila Madalena, Vila Romana, Pompéia, Sumaré e Perdizes.
No Rio de Janeiro, moradores bateram panela na Rocinha e em Botafogo.
Crise
As manifestações contra Jair Bolsonaro ocorrem em meio à crise do novo coronavírus. Na última sexta-feira, 20, o presidente voltou a minimizar a pandemia da covid-19, que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, e tratou a doença como uma "gripezinha".
"Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar", disse o presidente após o Estado questioná-lo, em entrevista no Palácio do Planalto, a razão de ele não tornar público os resultados dos seus exames. Para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o sistema de saúde brasileiro entrará em colapso em abril devido ao avanço da pandemia.
Na quarta-feira, 18, diante da convocação de panelaços contra o seu governo, o mandatário classificou o movimento como "espontâneo" e uma "expressão da democracia". Ele ainda criticou a divulgação da imprensa sobre os atos e citou um panelaço a favor do governo, que ocorreram em ao menos oito capitais.
Levantamento do Estado mostrou que o governo de Jair Bolsonaro passou a ser alvo de panelaços nesta semana até em regiões que garantiram ao presidente 80% dos votos no 2º turno contra Fernando Haddad (PT) em 2018. / COM FELIPE FRAZÃO E MARLLA SABINO