Bolsonaro e maior parte dos aliados silenciam sobre posse de Lula; Eduardo reclama de comunismo

Ministros e aliados de Bolsonaro e o próprio ex-presidente evitaram comentar sobre a posse do petista publicamente

1 jan 2023 - 18h35
(atualizado às 19h21)
Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro.
Foto: Reprodução do Instagram. / Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a maior parte de seus principais aliados evitaram se pronunciar publicamente neste domingo, 1º, dia que marcou a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um terceiro mandato Presidência da República. Bolsonaro, que viajou para os Estados Unidos e não quis cumprir a tradição de passar a faixa presidencial para seu sucessor, se limitou a fazer postagens em que divulgava seus perfis nos aplicativos de mensagens Telegram e Gettr, este último ligado a direita americana trumpista, e divulgar algumas medidas adotadas durante seu governo, como a agilização no processo de tirar a certidão de nascimento.

Nomes como os do ex-ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fabio Faria (Comunicações) ignoraram a posse do petista até o fim da tarde deste domingo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, também não fez nenhum comentário. O filho '04' de Bolsonaro, Jair Renan também não comentou e postou apenas uma foto em uma praia. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-DF), o '02', compartilhou um texto de um site bolsonarista que dizia que a economia havia melhorado em 2022.

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Diferente de seus irmãos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma série de mensagens no Twitter em que critica o presidente que assumiu o cargo hoje. Ele disse que Lula vai voltar com a inflação, reclamou que seus apoiadores são comunistas e se envolveu em uma briga com o podcaster Monark, acusando ele ficou "em cima do muro".

Além de Eduardo, o deputado Marco Feliciano (PL-SP), próximo do ex-presidente desde quando ambos eram colegas na Câmara dos Deputados. Em teor similar ao que foi dito pelo filho '03', ele reclamou que Brasília está vermelha e que falta verde e amarelo. "A Praça dos Três Poderes se transforma na Praça da Paz Celestial da China comunista. Triste dia para a Democracia e para a Pátria", se queixou.

O deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi líder do governo Bolsonaro de 2020 a 2022, foi outro que ignorou a posse de Lula. O parlamentar do Centrão apenas publicou mensagens em que fala sobre a posse do governador reeleito do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Barros vai deixar o Congresso e vai ser secretário de Indústria, Bens e Comércios do Paraná. Outro que exerceu a função de líder de Bolsonaro na Câmara, Major Vitor Hugo (PL-GO), comentou sobre a posse do petista e não escondeu sua insatisfação. "Eles não têm o povo. Só militantes. Não tem como dar certo".

André Mendonça e Nunes Marques, os dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram indicados por Bolsonaro, não participaram da cerimônia de posse. Os ministros Rosa Weber, presidente da Corte, Alexandre de Moraes, Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes representaram o STF na posse de Lula.

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Colegas de partido de Bolsonaro, como a ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL-DF) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), estiveram no Congresso quando o petista empossado. Flávia tentou ser senadora nas eleições de 2022, mas perdeu a disputa para outra aliada de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF). Já Castro já deixou claro diversas vezes, antes mesmo de Lula ganhar a eleição, que não vê problema em ter uma relação de parceria com o petista.

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