O presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Senado Federal, no fim da tarde desta sexta-feira, um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A solicitação chega no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra apoiadores do presidente da República, atendendo a uma determinação do membro da mais alta instância do poder judiciário brasileiro.
O pedido foi protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é assinado apenas por Bolsonaro -- a peça não possui a assinatura do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), como seria usual.
O pedido em si contém 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, com 102 páginas, pois inclui cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Alexandre de Moraes. O documento conta com firma reconhecida do presidente, em formalização ocorrida em um cartório da Asa Norte de Brasília.
A denúncia foi protocolada por um funcionário do Palácio do Planalto. A cúpula do Congresso, que esperava um recuo do chefe maior do governo brasileiro, foi informada do movimento. A decisão de Bolsonaro ocorre no auge da tensão nas relações entre o Palácio do Planalto e o Supremo.