Bolsonaro espera "casar ou desfazer noivado" com PL em breve

O presidente afirmou ainda que, no caso de ser candidato à reeleição, não quer o seu futuro partido "flertando com a esquerda"

15 nov 2021 - 17h21
(atualizado às 18h32)
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
20/10/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto 20/10/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Em mais uma etapa da novela em que se transformou sua filiação partidária, o presidente Jair Bolsonaro deu um prazo de duas a três semanas para decidir se assina de fato a filiação ao PL ou desiste, e deixou claro que a liberação de filiados em alguns Estados para que façam seus acordos locais não o agrada.

"Eu tenho um limite. Eu espero em duas, três semanas no máximo casar ou desfazer o noivado, mas espero casar e ser feliz", disse Bolsonaro em entrevista nesta segunda-feira em Dubai, onde está em viagem.

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O presidente afirmou ainda que, no caso de ser candidato à reeleição, precisa ter candidatos em quase todos os Estados e não quer o seu futuro partido "flertando com a esquerda".

"O que acontece: têm alguns Estados que para mim são vitais, como São Paulo. Ele (Valdemar da Costa Neto, presidente do PL) tem um compromisso em São Paulo com um candidato que vai apoiar o atual governador (João Doria, do PSDB), se ele tiver espaço lá no partido dele. O que preciso, se vier a ser candidato, é ter candidato em quase todos os Estados, em especial São Paulo, que tem mais de 30 milhões de eleitores", disse a jornalistas.

O PL tem um acordo para apoiar o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), para substituir Doria no governo estadual. No entanto, Bolsonaro se recusa a aceitar o acordo de apoio a um de seus maiores inimigos políticos, e quer emplacar o atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, como candidato do PL.

"Por exemplo, eu conversei ontem com Tarcísio. Ele aceita uma possível candidatura ao governo de São Paulo. Eu tenho sentimento que (se) ele vier candidato tem tudo para levar", afirmou Bolsonaro.

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A última pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo mostra o ex-governador Geraldo Alckmin --que deve deixar o PSDB-- em primeiro lugar, seguido pelo petista Fernando Haddad e Márcio França, do PSB, empatados tecnicamente. Tarcísio aparece em quinto lugar, com 4% das intenções de voto.

Há cerca de uma semana, Bolsonaro afirmou que estava "99% acertado com PL". O 1%, no entanto, incluía a situação em São Paulo e o controle de alguns diretórios do partido.

A decisão de Valdemar de confirmar a parlamentares que estariam liberados para fazer acordos regionais mais proveitosos a eles também incomodou o presidente. Vários desses acordos incluiriam alianças com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado em todas as pesquisas para 2022.

"Muitas coisas estão em jogo. Temos condições de fazer uma boa bancada, com bons quadros, mas nosso partido não pode estar flertando com esquerda em um ou outro Estado", reclamou. "Então se resolvermos isso daí eu assino essa filiação, que me satisfaz e, no meu entender, satisfaz grande parte do nosso eleitorado, que quer uma continuidade da minha política."

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Bolsonaro negou ainda que tenha trocado ofensas com Valdemar da Costa Neto, como chegou a ser noticiado por alguns veículos, elogiou a "habilidade política" do político e disse que a filiação, marcada inicialmente para o dia 22, foi adiada porque não era possível "começar um casamento com coisas pendentes".

Este final de semana, o PL divulgou uma nota informando sobre o adiamento e afirmando que a decisão foi tomada de "comum acordo" depois de uma "intensa troca de mensagens" entre Valdemar e Bolsonaro.

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