O empresário Paulo Marinho conhece bem Jair Bolsonaro. A sua casa foi utilizada como QG da campanha do presidente entre julho de 2017 e outubro de 2018. A academia do ex-aliado, por exemplo, virou estúdio de gravação de programas para televisão.
Porém, agora eles estão de lados opostos. Há três meses, Marinho se mudou para São Paulo e trabalha na campanha de João Doria para o Palácio do Planalto em 2022. Em entrevista para a Folha de S. Paulo, o empresário analisou o comportamento de Bolsonaro após as crescentes denúncias de corrupção no seu governo, envolvendo até propina na compra de vacinas contra a covid-19.
"Conheço a peça. O capitão Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos", declarou. "O capitão Bolsonaro vai enfrentar a Justiça. E arrisco dizer que vai ser preso pelos crimes que já cometeu e ainda vai cometer até final do mandato", completou.
Para Marinho, Bolsonaro até pode tentar um golpe com o apoio das milícias, mas ele não acredita na força da aliança. "O capitão vai tentar dar um golpe com as milícias, que é o grupo que o acompanha desde o início da sua vida política. Gracas a Deus, esse grupo não tem tamanho para mudar a história da democracia brasileira. Ele acha que tem. Mas não tem."
Durante a entrevista, o empresário ainda lembrou que Bolsonaro adotou um discurso no período eleitoral, mas adotou outro na prática. "Na campanha eleitoral, o capitão batia no peito na minha casa e dizia 'temos que acabar com o foro privilegiado'. A primeira coisa pela qual o Flávio Bolsonaro e o pai dele lutaram, quando o problema bateu à porta da família, foi pelo foro privilegiado para o Flávio. Isso vai ser julgado nas eleições", disse.