Propostas de Bolsonaro 'vão destruir a economia', diz Ciro

O candidato do PDT à Presidência ironizou a possibilidade do candidato do PSL de não comparecer aos debates presidenciais na televisão

23 ago 2018 - 15h15
(atualizado às 15h39)

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, ironizou nesta quinta-feira (23), a possibilidade do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, desistir de ir aos debates presidenciais na televisão. Ciro disse que Bolsonaro irá se arrepender dessa estratégia, caso isso de fato aconteça, e recomendou que o deputado não fale apenas para convertidos.

"Eu acho que ele vai se arrepender. Talvez valha para algum debate, mas quem quer ser presidente de um país como o nosso não pode ficar só falando para convertidos. É preciso se submeter à crítica porque se não fica muito inconfiável você falar o maior disparate, a maior bobagem do mundo e não ter contestação porque você está dentro de uma cápsula. Se você não aguenta brincar, não desce pro play. É isso que eu vou dizer pro meu amigo. E o Bolsonaro está com propostas que vão destruir a economia", afirmou.

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Foto: Guilherme Rodrigues/Futura Press / Estadão Conteúdo

O candidato do PSL confirmou nesta quinta-feira (23), em Araçatuba, que não deve participar de novas sabatinas e debates. Ele só irá aos três debates que já estão programados na televisão - TV Gazeta/Estadão, SBT/Folha e Rede Globo. Bolsonaro alega que os preparativos para as sabatinas tomam um tempo que ele prefere dedicar à campanha nas ruas.

Acompanhado do governador do Distrito Federal e candidato à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB), Ciro caminhou por aproximadamente 30 metros no centro de Ceilândia, região administrativa do DF. No local, ele parou para almoçar com Rollemberg e outros candidatos coligados na mesma chapa. Depois, voltou a falar num megafone cercado de apoiadores.

"A política está falhando miseravelmente e diante disso muitos brasileiros desistem. O Brasil pede a cada um de nós uma segunda chance e é isso que eu vou pedir mais uma vez aos que estão revoltados. Eu compreendo com o meu coração a sua revolta, mas tomar decisão de cabeça quente nunca foi uma boa decisão", afirmou.

"Desconfiem de quem nunca administrou um pé de bodega dos pequenos, nunca administrou uma mercearia e chega na televisão, na internet resolvendo problema complexo a golpe de frase feita, explorando o medo, a indignação e a justa raiva que o povo vê na ladroeira, no privilégio campeando. A política está falhando, está pesadamente, mas é ela que decide o preço do feijão", argumentou sem se referir diretamente a Bolsonaro.

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