O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira fatiar a Petrobras para então privatizar a empresa e classificou de "absurdo" os valores pagos pela companhia a título de dividendo aos seus acionistas, inclusive à União, que é a maior detentora de ações da petroleira.
Em entrevista à Jovem Pan Curitiba, Bolsonaro voltou a responsabilizar o ICMS cobrado pelos Estados pela alta dos preços dos combustível, mas reconheceu que o preço cobrado pela Petrobras nas refinarias, que tem sido alvo de constantes reajustes, também desempenha um papel na elevação.
"ICMS não incide sobre o preço da gasolina na refinaria, incide sobre o preço final na bomba, isso está errado. Pode diminuir na Petrobras? Pode, até porque os dividendos são, no meu entender, absurdos, 31 bilhões (de reais) em três meses", afirmou o presidente.
"Eu não quero a parte da União nesse lucro fantástico. Vai pouco ou quase nada para o social, a melhor coisa que pode fazer para o social é baratear o preço do combustível."
Bolsonaro também voltou a falar na possibilidade de privatizar a Petrobras, e dessa vez disse que o ideal seria fatiar a petroleira para então vendê-la a várias empresas privadas.
"Para mim, o ideal é você ficar livre da Petrobras, logicamente privatizá-la para muitos empresas, não tirar de um monopólio estatal para um monopólio privado. Fatiar isso daí", disse ele na entrevista.
Na semana passada, a Petrobras informou em fato relevante ao mercado que questionou o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia e que foi informada por ambas as pastas que não existem estudos em andamento que visem a privatização da petroleira, apesar das constantes declarações recentes de Bolsonaro neste sentido.
O presidente chegou até mesmo a afirmar que havia pedido ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que colocasse a privatização da petroleira "no radar".