BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta segunda-feira (22), que a imagem do País não está "muito boa" no exterior na questão ambiental, mas creditou a situação ao que chamou de "desinformação". Segundo o presidente, o Brasil é o País que "mais preserva" suas florestas.
Dados do próprio governo, no entanto, mostram que a extração ilegal de madeira corre em ritmo acelerado na Amazônia. O volume do desmatamento acumulado de agosto de 2019 a março deste ano foi o dobro do verificado no mesmo intervalo anterior, quando a derrubada recorde da floresta virou alerta global. Uma área superior a três vezes a cidade de São Paulo já foi abaixo neste período.
Para sustentar seu argumento, Bolsonaro disse que há país estrangeiro que critica o Brasil não tendo "um palmo de mata ciliar". Segundo o presidente, o País, recuperou "aos poucos" a confiança externa e fecha contratos semanalmente na área do agronegócio.
"Em muitas das viagens precedidas da (ministra da Agricultura) Tereza Cristina fazíamos excelentes acordos em tudo aquilo que o campo produz. O mundo passou a acreditar no Brasil, nós aos poucos recuperamos nossa confiança", disse Bolsonaro. A declaração foi dada enquanto participava da estreia do canal Agro+, da Band TV, em cerimônia na sede da emissora em Brasília.
No ano passado, o País foi alvo de críticas após registrar índices recordes de queimadas recordes na região amazônica, despertando forte preocupação dos governos europeus e da comunidade científica, com ampla divulgação negativa sobre o governo Jair Bolsonaro no exterior.
Agora, as principais críticas internacionais em relação ao Brasil se dá pela maneira como o País tem enfrentado a pandemia do coronavírus. O Brasil é o 2º país do mundo com mais casos e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo um levantamento da Universidade Johns Hopkins.
O presidente ainda afirmou que, no passado, os profissionais do campo tinham "medo de receber" alguém do Ibama em suas propriedades. Segundo ele, hoje isso "praticamente acabou". "Ele deve receber com respeito, ser tratado com respeito, porque em primeiro lugar, é advertir ou orientar, num segundo momento, caso seja possível, daí sim as penalidades, aquilo que diz a lei, assim nós agimos", disse Bolsonaro.
O órgão ambiental vem sendo alvo de um desmonte na gestão Bolsonaro, com a transferência de funções para outras pastas e exoneração de agentes que tomaram medidas que desagradaram ao Palácio do Planalto.