O pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, disse na quinta-feira, 19, que vai insistir no nome de um general da reserva do Exército para o posto de vice em sua chapa.
O nome mais falado pelo deputado ontem foi o do general Hamilton Mourão, que já anunciou sua pré-candidatura à Presidência pelo PRTB. "Mourão Mineirão é o único que está no banco de reservas neste momento", disse Bolsonaro. "Mas ainda tem muita negociação até domingo (data da convenção do PSL)", afirmou. A escolha do general depende de um entendimento com o PRTB, partido ao qual ele está filiado.
A sinalização a Mourão foi feita depois de Bolsonaro ter, nos últimos três dias, ouvido "nãos" do PR, comandado por Valdemar Costa Neto, e do nanico PRP, partido do general Augusto Heleno para comporem sua chapa presidencial.
Bolsonaro também disse "não" ontem. Em entrevista ao Estado, o presidenciável afirmou que a advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente petista Dilma Rousseff e filiada ao seu partido, não será sua vice e sairá candidata a deputada estadual. O nome de Janaina passou a ser cotado após a negativa do PRP. "Ela saiu do radar da discussão sobre o posto de vice."
Pela manhã, o deputado ironizou a ausência de alianças em sua chapa - sozinho, o presidenciável teria 8 segundos de exibição por dia em cada um dos dois blocos diários no horário eleitoral. "Vocês viram que ninguém quer fazer acordo comigo. O meu apoio é o povo", disse ele a militantes que o aguardavam no aeroporto de Goiânia. "Não quero apoio para 2018, não. Quero para 2022, porque 2018 já era", afirmou o militar reformado em tom de brincadeira, após ouvir de aliados que "já estava eleito" neste ano.
Porém, enquanto desdenhava de apoio político, Bolsonaro insistia com o PRP para ter Heleno como vice. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, e o vice, Julian Lemos, foram enviados ontem a São Paulo para reforçar com dirigentes do PRP a proposta de aliança e ter o general Augusto Heleno na chapa.
Eles foram recebidos pelo presidente do PRP, Ovasco Resende, que deu uma nova resposta negativa. "A conversa foi muito boa, nos conhecemos pessoalmente e falamos sobre nossos projetos. Mas, em virtude de a Executiva Nacional já ter resolvido, achamos que no momento não vamos lançar o general Heleno como vice. Ficou acertado com todos eles aqui que não vamos caminhar nessa condição de vice."
'Revolucionar'
No início da manhã, antes do veto de Bolsonaro, Janaina disse, em entrevista à Rádio Eldorado, que não havia recebido convite para "essa empreitada". "Não tenho como responder (se aceita ou não ser vice na chapa de Bolsonaro) porque nada me foi perguntado." Contudo, se mostrou otimista com a possibilidade: "Se essa dupla acontecer, será para revolucionar o País", afirmou.