O presidente Jair Bolsonaro reagiu com ironia nesta terça-feira, 28, ao pedido feito na véspera pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para que ele lidere um pacto em defesa do emprego no país após o impacto econômico provocado pela pandemia de covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
"Governador agora quer que eu faça um pacto pelo emprego, mas ele continua com o Estado fechado", disse Bolsonaro a apoiadores nesta manhã ao deixar o Palácio da Alvorada sem citar nominalmente o governador do Maranhão e referindo-se à medidas de distanciamento social adotadas para frear a disseminação do vírus, alvos constantes de críticas do presidente.
A conversa foi transmitida na internet por um dos canais bolsonaristas que acompanham esses encontros.
Na segunda-feira, 27, Dino enviou uma carta a Bolsonaro sugerindo uma reunião com os governadores e presidentes de confederações empresariais e de centrais sindicais para que seja construído um "pacto nacional pelo emprego". Segundo o governador, a epidemia impôs "desafios sem precedentes a governantes de ordem humanitária, sanitária e econômica".
Um dos governadores mais críticos de Bolsonaro, Dino cita na carta o cenário previsto pelo Ministério da Economia em que se antecipa um aumento da taxa de desemprego e diz que é preciso planejar com urgência medidas para evitar esse cenário.
O Maranhão foi o primeiro Estado a decretar lockdown total na zona metropolitana de sua capital, São Luís, para evitar o colapso do sistema de saúde. Nesse momento, no entanto, o Estado está em abertura parcial e com queda no número de casos.