Bolsonaro justifica proximidade com centrão: "Regra do jogo"

Após críticas por estar se aproximando de alguns parlamentares, presidente se justifica a apoiadores

29 out 2020 - 10h56
(atualizado às 11h17)

Em uma longa conversa com apoiadores, na noite de terça-feira, 29, o presidente Jair Bolsonaro justificou a proximidade com o centrão e afirmou que esta é "a regra do jogo" em Brasília.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Alguns criticam que estou me aproximando de determinados partidos. Deputados são 513. Para aprovar uma emenda constitucional precisa de 308 votos. Me aponte os 308 que eu tenho que conversar com eles", disse o presidente.

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"Não me critica 'ah, se aproximou de tal pessoa que não presta'. Eu preciso desse voto para aprovar as coisas que interessam para a gente. Como é que vou fugir dele?"

"Essa é a regra do jogo", completou o presidente aos seus apoiadores.

Depois de criar uma relação de confronto direto com o Congresso pela maior parte de seus quase dois anos de governo, Bolsonaro foi convencido por aliados a baixar o tom e se aproximar das siglas do chamado centrão para preservar seu mandato e facilitar a aprovação de medidas propostas no Congresso.

Nos últimos meses, o presidente trocou o líder do governo na Câmara, tirando Vitor Hugo (PSL-GO), com que tinha bastante proximidade mas que tinha dificuldades de relacionamento na Câmara, pelo deputado veterano Ricardo Barros (PP-PR), ofereceu cargos de segundo e terceiro escalão no governo para os partidos do centrão e passou a ter entre seus principais conselheiros o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Arthur Lira (PP-AL), ambos investigados pela operação Lava Jato.

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