O presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou de "fake news" as mensagens enviadas por empresários bolsonaristas incitando um golpe de estado em um grupo privado de WhatsApp, caso o rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano. As mensagens foram divulgadas na coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que teve acesso ao conteúdo. O Supremo Tribunal Federal investiga o caso.
A declaração foi dada durante um evento de campanha que acontece em São José dos Campos (SP), nesta quinta-feira, 18.
"Quem quer dar golpe? Qual o nome deles, por favor? Chega de fake news", respondeu irritado aos repórteres que o questionavam.
O presidente insiste em saber quem são os membros do grupo 'Empresários e Política'. Ao ouvir o nome de um dos seus maiores apoiadores, questiona e satiriza a informação: "Luciano Hang falando em dar golpe?".
Além de Hang, estão presentes no grupo Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da rede de shoppings Multiplan; José Koury, do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii.
Troca de mensagens com teor golpista
Segundo o jornalista do Metrópoles o empresário José Koury defendeu explicitamente uma ruptura na democracia do País em uma troca de mensagens no dia 31 de julho.
"Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo", afirmou, deixando implícito que não se importaria se o Brasil virasse uma ditadura novamente.
A mensagem recebeu apoio de parte dos integrantes do grupo, como Morongo, como é conhecido o dono da rede de lojas de surfe Mormaii.
"Golpe foi soltar o presidiário! Golpe é o 'supremo' agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar m...", afirmou.
Morongo também citou os atos marcados para o 7 de Setembro.
"Está sendo programado para unir o povo e o Exército, e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro", escreveu.
Ainda no mesmo dia, André Tissot, do Grupo Sierra, endossou a opinião sobre o golpe e disse que a ruptura já deveria ter ocorrido antes. "O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais", concluiu.