Em conversa com apoiadores nesta segunda-feira, 13, o presidente Jair Bolsonaro minimizou os protestos contra o seu governo realizados no domingo, 12, e afirmou que os manifestantes eram "dignos de dó".
"Maioria da população é de bem. Essa minoria que foi às ruas ontem é digno de dó", disse o presidente, reclamando ainda de ataques feitos à primeira-dama Michelle Bolsonaro durante as manifestações. "É sinal de que não tem razão, perderam a noção da realidade e vão para questões pessoais. Mas não vão me tirar daqui com isso de jeito nenhum."
Chamados inicialmente pelo Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua com o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula", a manifestação não empolgou, mesmo com a decisão do MBL de tirar o viés político-eleitoral da convocação. Partidos como o PT e o PSOL optaram por não participar, especialmente depois que o Vem Pra Rua manteve a convocação contra Lula.
Presidenciáveis como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), João Amoedo (Novo) e Ciro Gomes (PDT) comparecerem ao ato na avenida Paulista e discursaram. Mas, de acordo com a Polícia Militar, a manifestação reuniu apenas cerca de 6 mil pessoas.
A pouca adesão foi usada pelos bolsonaristas nas redes para apontar o fracasso da oposição ao presidente, na comparação com os atos de 7 setembro, que foram convocados por Bolsonaro e aliados, contaram com a adesão de empresários e tiveram o pagamento de ônibus e ajuda de custo para manifestantes.
Um outro ato suprapartidário, contra Bolsonaro, está sendo programado para o dia 2 de outubro, em uma tentativa de unir todos os partidos que hoje se opõe ao governo. A manifestação deve aí reunir PT e os demais partidos de esquerda, além de centrais sindicais e outros movimentos sociais.