Bolsonaro determina "comemorações devidas" do 31 de março

Data marca o início da ditadura militar brasileira, que chegou a fechar o Congresso e restringir liberdades civis

25 mar 2019 - 20h15
(atualizado às 20h22)

O presidente Jair Bolsonaro não considera que houve um golpe militar no país no dia 31 de março de 1964 e determinou as "comemorações devidas" do aniversário de 55 anos dessa data ao Ministério da Defesa, disse o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros.

Bolsonaro - um capitão do Exército da reserva - considera que a sociedade reunida naquele momento, por meio da união de civis e militares, colocou o país em um rumo, disse o porta-voz.

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Presidente Jair Bolsonaro durante visita a Santiago
22/03/2019 REUTERS/Esteban Garay
Presidente Jair Bolsonaro durante visita a Santiago 22/03/2019 REUTERS/Esteban Garay
Foto: Esteban Garay / Reuters

A ditadura militar brasileira - que chegou a fechar o Congresso Nacional, cassar parlamentares e restringir liberdades civis, inclusive com a morte e tortura de opositores - vigorou de 1964 a 1985.

Segundo Rêgo Barros, o presidente já orientou as Forças Armadas que se realizem comemorações devidas no 31 de março, no próximo domingo. Questionado quais tipos de comemorações poderão ser feitas, ele disse que aquilo que os comandantes acharem dentro das suas respectivas guarnições.

O porta-voz disse que não há nenhuma previsão de comemoração de 31 de março no Palácio do Planalto.

Bolsonaro costuma defender a ditadura militar no Brasil e também já elogiou publicamente ex-ditadores da América do Sul, como o paraguaio Alfredo Stroessner.

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Na campanha eleitoral, Bolsonaro voltou a elogiar o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou durante a ditadura militar o DOI-Codi, órgão de repressão do regime, e foi apontado como autor de torturas e violações de direitos humanos neste período.

Antes de assumir a Presidência, quando era deputado federal, fez declarações polêmicas, como a de que a ditadura militar brasileira deveria ter matado mais do que matou.

O então deputado também já ironizou a busca por ossadas de desaparecidas na época da Guerrilha do Araguaia ao colocar em seu gabinete um cartaz que dizia "Desaparecidos do Araguaia? Quem procura osso é cachorro".

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