BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro não autorizou e nem sabia que seu braço direito, o ajudante de ordens coronel Mauro Cid, emitiu um certificado de vacinação contra Covid-19 em seu nome no final do ano passado.
Segundo Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro e hoje seu assessor, afirmou na noite dessa quarta-feira, 3, que o ex-presidente da República não tinha conhecimento da conduta que a Polícia Federal atribui à Cid.
Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito de operação da PF que investiga fraudes no sistema de vacinação do País. Publicamente, o ex-presidente diz que não se vacinou. Segundo a apuração policial, registro de vacinação com doses da Pfizer foram inseridas de forma fraudulenta nos cartões de Bolsonaro e da sua filha Laura. A investigação mostrou ainda que a conta do próprio Bolsonaro no Conecte SUS baixou o certificado ao menos quatro vezes desde dezembro do ano passado. Isso foi feito por dois auxiliares. Um deles, o coronel Mauro Cid.
"O presidente nunca acessou, nunca soube senha, nunca manuseou o gov.br", assinalou Wajngarten, ao ser questionado pelo Estadão. "Não houve pedido [para baixar os documentos]. Até porque para o presidente da República não há obrigatoriedade de nenhum certificado. Para os países que exigiam, ou ele fazia o teste ou declinava o convite."