Aliados políticos de Jair Bolsonaro (PL) relataram que o ex-presidente passou o carnaval preocupado por acreditar que seria preso, ainda mais depois do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, passar dois dias na prisão na semana passada. As informações são da coluna de Bela Megale, no jornal O Globo.
Conforme as fontes da colunista, Bolsonaro teria até se emocionado ao falar sobre a prisão de Valdemar. O presidente do PL foi flagrado com uma arma irregular e uma pepita de ouro durante uma operação da Polícia Federal (PF).
Ainda de acordo com a publicação, pessoas próximas ao ex-presidente acionaram contatos em busca de "colher a temperatura" de chance de prisão, mas tiveram a sinalização de que, durante o feriado, uma ordem de prisão não estava no radar.
Segundo os aliados, somente na segunda-feira, 12, o ex-presidente passou a mostrar alguma tranquilidade. A partir de agora, a estratégia é tentar mostrar a popularidade de Bolsonaro em ações como a manifestação convocada por ele e o que uma prisão poderia ocasionar.
A operação da PF
A Polícia Federal (PF) deflagrou no dia 8 de fevereiro uma operação que mirou aliados militares ou políticos de Bolsonaro. Entre os alvos de buscas, estavam o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que Bolsonaro entregasse o passaporte em até 24 horas. O documento foi confiscado pela PF na sede do PL, em Brasília.
Foram presos na operação Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.
Valdemar Costa Neto foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. Costa Neto era alvo de um mandado de busca e apreensão pela PF, mas o flagrante ocasionou a prisão.
A operação batizada de Tempus Veritatis investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.