O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a adoção do voto auditável e fazer críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, mesmo após conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na semana passada, organizada para que os ânimos entre os Poderes fossem pacificados. Em ataque ao seu possível concorrente político nas eleições de 2022, Bolsonaro declarou que "as mesmas pessoas que tiraram Lula da cadeia e o tornaram elegível, vão contar os votos dentro do TSE de forma secreta".
Segundo o chefe do Executivo, suas declarações endereçadas ao presidente do TSE, feitas nas últimas semanas, não têm o objetivo de ofendê-lo, mas sim de "mostrar a realidade". "Acham que estou ofendendo o Barroso, estou mostrando a realidade", afirmou. "Barroso foi para dentro do Parlamento fazer reunião com parlamentares. Acabou a reunião e o que vários líderes partidários fizeram? Trocaram os deputados da comissão especial para votar contra o parecer do Felipe Barros, que é o relator da PEC do voto impresso, para não ter voto impresso", disse. De acordo com Bolsonaro, após o encontro, diversos parlamentares que eram a favor do voto impresso mudaram de opinião sobre o tema.
Ainda sobre o tema, o presidente voltou a afirmar que "eleições não auditáveis não é eleição, é fraude". Em conversa com apoiadores, Bolsonaro também ampliou os questionamentos sobre o uso de urna eletrônica e levantou a possibilidade de se ter fraudes nas eleições para deputado federal. Segundo o presidente, se for disputar a reeleição de 2022, ele entrega a faixa presidencial para "qualquer um", contanto que as eleições sejam limpas.