O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manifestou interesse em prestar depoimento de forma pessoal no inquérito que apura suposta interferência dele na Polícia Federal, informou o jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, 6.
Relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes comunicou o posicionamento de Bolsonaro, informado através da AGU (Advocacia-Geral da União), ao pedir a suspensão do julgamento que decidia de qual forma o chefe do Executivo iria depor.
"O requerente [Bolsonaro] manifesta perante essa Suprema Corte o seu interesse em prestar depoimento em relação aos fatos objeto deste inquérito mediante comparecimento pessoal", pontuou Bruno Bianco, advogado-geral da União, em comunicado enviado à Corte. "Nesta oportunidade, requer lhe seja facultada a possibilidade de ser inquirido em local, dia e hora previamente ajustados".
O inquérito foi aberto após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusar Jair Bolsonaro de tentar interferir nos trabalhos da Polícia Federal para blindar seus filhos em investigações.
O Código do Processo Penal prevê que o presidente da República escolha como desejar prestar depoimento como testemunha de uma investigação - se pessoalmente ou por escrito. Mas, como Bolsonaro está na condição de investigado no inquérito, a Corte optou por decidir, em plenário, qual seria o formato do depoimento. O entendimento também poderá servir para outros inquéritos envolvendo o presidente, como os que investigam a distribuição de fake news e um suposto crime de prevaricação no caso da compra da vacina Covaxin.