O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, neste domingo, 18, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, pela defesa da urna eletrônica, e negou que seja golpista. Nove dias após ter chamado Barroso de "imbecil", Bolsonaro atacou o "empenho" dele contra o voto impresso. O presidente da República afirmou também que defende a liberdade de expressão e o artigo 5.º da Constituição.
Em declarações anteriores, Bolsonaro chegou a cogitar a possibilidade de não haver eleições em 2022 caso a proposta de voto impresso não seja aprovada pelo Congresso. Neste domingo (18), ao receber alta do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, Bolsonaro voltou a defender o voto auditável: "Queremos transparência e não fraude nas eleições". "Só Deus me tira daquela cadeira", disse.
Ao criticar Barroso, o presidente afirmou que é "complicado trabalhar com alguém que pensa assim". Bolsonaro disse, que depois que Barroso visitou o Congresso, os líderes partidários trocaram os integrantes da comissão especial da Câmara que discute a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso para que votassem contra. "Por que essa vontade doida do Barroso de manter o sistema como está?", perguntou.
Ele questionou razão de o TSE não querer esse tipo de voto. "Se urna eletrônica é confiável, por que o Japão e outros países não usam?", perguntou. De acordo com Bolsonaro, o TSE não é uma instituição com poderes absolutos.
Ao negar que seja golpista, o presidente afirmou que respeita integralmente todos os artigos da Constituição, e, segundo ele, "algumas autoridades interpretam. "Parece que estão com saudades da volta da corrupção e da impunidade."