Intitulada “Contra mais uma farsa da esquerda, a verdade”, a declaração publicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no Telegram cita feitos do Ministério da Saúde no seu governo, como as ações da pandemia, que, segundo o texto, contratou mais de 241 profissionais especializados, e adotou um protocolo sanitário de entrada em território indígena com o objetivo de evitar a contaminação pela Covid-19.
“De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram a atenção especializada para dentro dos territórios indígenas, especialmente em locais remotos e com acesso limitado. Foram beneficiados mais de 449 mil indígenas”, afirma o texto.
Porém, nesta publicação, Bolsonaro omitiu que nos anos de sua gestão houve um enfraquecimento dos órgãos de apoio aos indígenas, o que ocasionou um avanço da mineração. Os garimpeiros, com o uso do mercúrio, estão poluindo os rios e causando a desnutrição da população da maior reserva indígena do País.
No último sábado, dia 21, Lula decretou estado de emergência na região e visitou o território. Na ocasião, o Presidente afirmou que vai combater o garimpo e “vai tratar os indígenas como seres humanos, pois eles são responsáveis por aquilo que nós somos”.
A crise dos Yanomamis veio a público após a divulgação nas redes sociais de uma série de imagens de indígenas magros e abatidos, inclusive crianças. As imagens chamaram a atenção para a crise humanitária que está ocorrendo na região, que está com os serviços de saúde precarizados, e é palco de frequentes confrontos entre garimpeiros e nativos.