O presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e cancelou a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal (PF). A decisão foi publicada em edição especial do Diário Oficial da União na tarde desta quarta-feira (29). Além disso, a exoneração de Ramagem como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também foi cancelada, portanto, ele seguirá no cargo.
Bolsonaro tomou a decisão horas depois do Supremo Tribunal Federal (STF) suspender a nomeação de Ramagem, que é amigo dos filhos de Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes acatou um pedido de liminar feito pelo PDT, por conta das acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que, ao se demitir, afirmou que o presidente queria interferir em investigações da PF. De acordo com o ex-juiz da Lava Jato, esse foi o motivo da demissão do ex-diretor-geral, Maurício Valeixo.
"Defiro a medida liminar para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal", afirmou Moraes em sua decisão.
Na ação, o PDT alega que Bolsonaro incorreu em abuso de poder por desvio de finalidade ao indicar o delegado para a função com a intenção de "imiscuir-se na atuação da Polícia Federal".
Ramagem foi chefe da segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, após o então candidato sofrer um atentado, e tornou-se uma pessoa próxima da família do presidente, especialmente do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro.
* Com informações da Agência Estado