Bolsonaro sobre futuro: "Estar preso, ser morto ou vitória"

Presidente se diz contra rupturas, mas que "tudo tem limite", e ataca decisão do TSE de suspender repasses a canais bolsonaristas

28 ago 2021 - 12h31
(atualizado às 13h10)

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado, 28, ue não é possível "admitir" medidas como a do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspendeu repasses de dinheiro a canais bolsonaristas, que são investigados por propagar desinformação. Em evento com a base evangélica em Goiânia, o chefe do Executivo comentou a decisão do corregedor-geral do TSE, Luis Felipe Salomão, e disse que apesar de não desejar "rupturas", "tudo tem um limite".

Jair Bolsonaro durante evento em Brasília
Jair Bolsonaro durante evento em Brasília
Foto: Wallace Martins / Reuters

Segundo Bolsonaro, a decisão abre "brecha" para que presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais "façam a mesma coisa para defender o seu respectivo governador". "Isso não é democracia. A liberdade de expressão tem que valer para todos. Temos um presidente que não deseja nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso", afirmou.

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Bolsonaro usou sua participação nesta manhã no 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos, para convocar os apoiadores a participarem das manifestações de 7 de Setembro. Como mostrou o Estadão, além de policiais militares, os atos em apoio ao governo marcados para o dia da Independência mobilizam grupos do "bolsonarismo raiz": evangélicos, ruralistas e caminhoneiros.

"Sei que a grande maioria dos líderes evangélicos vai participar desse movimento de 7 de Setembro, e assim tem que fazê-lo. Está garantido em nossa Constituição. Espero que não queiram tomar medidas para conter esse movimento. A liberdade de se manifestar, vedado o anonimato, está garantido em nossa Constituição. Não depende de regulamentação. O Brasil precisa de paz, de tranquilidade, para poder prosseguir", afirmou. Segundo o presidente, os atos fazem parte de "um movimento espontâneo do povo" que alguns querem "evitar".

Em outro trecho do discurso, que durou pouco mais de 20 minutos, Bolsonaro avaliou ter apenas três alternativas de futuro:"Estar preso, ser morto ou a vitória", disse, em referência às eleições de 2022. "Podem ter certeza: a primeira alternativa, preso, não existe. Nenhum homem aqui na Terra vai me amedrontar. Tenho a consciência que estou fazendo a coisa certa. Não devo nada a ninguém, ninguém deve nada a mim também. Mas estamos juntos nessa caminhada", completou.

O retorno do presidente da República a Brasília está previsto para o início da tarde. Na agenda, Bolsonaro não tem outros compromissos oficiais previstos para hoje.

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