Após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) decidir propor o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelo crime de charlatanismo por incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, o mandatário negou as acusações da comissão. "Não sou charlatão nem curandeiro, só dei uma alternativa", afirmou o presidente.
Em entrevista à Rádio Capital Notícia - Cuiabá/MT, na manhã desta terça-feira, 17, Bolsonaro negou que tenha buscado sozinho outras alternativas de tratamento para a doença, mas que teve o apoio de equipes médicas para orientá-lo. "Por que essa onda toda contra o tratamento precoce?", questionou o presidente. "Será que é um grande negócio para a indústria farmacêutica para comprar vacina?", emendou.
Em críticas a um dos seus rivais políticos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o chefe do Executivo disse que "ninguém tem coragem de falar", mas que "gente que tomou as duas doses (da Coronavac), foi infectado e está morrendo". "Por que está morrendo? Porque acreditou nas palavras do governador de São Paulo de dizer que quem tomar as duas doses da Coronavac e for infectado jamais morrerá".
Bolsonaro pediu para que a população procure médicos e, se os profissionais recomendarem tratamento precoce, "faça, mesmo sem ter sido vacinado duas vezes". "Se você esperar, ir para casa, mesmo vacinado, esperar até sentir falta de ar para voltar ao hospital, o que eu chamo de 'Protocolo Mandetta', pode ser tarde demais", pontuou.
Segundo o presidente, assim como páginas que defendem o tratamento precoce estão saindo do ar, páginas que contestam a inviolabilidade das urnas eletrônicas também estão sendo derrubadas, em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de desmonetizar canais de fake news. Na avaliação de Bolsonaro, "é hipocrisia, pouca gente tem coragem de falar a verdade". "Nós temos que resistir, não podemos aceitar ditadura no Brasil", declarou.