Bolsonaro usa pseudônimos Airton, Rafael e 05 em exames

13 mai 2020 - 16h16
(atualizado às 16h20)

O presidente Jair Bolsonaro usou os pseudônimos "Airton Guedes", "Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz" e "Paciente 05" nos três exames negativos de Covid-19 que realizou em laboratórios de Brasília e do Rio de Janeiro, segundo os laudos entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgados nesta quarta-feira.

12/05/2020
REUTERS/Adriano Machado
12/05/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Os dois primeiros exames, ocorridos nos dias 12 e 17, foram realizados por um laboratório particular de Brasília. No primeiro, ele usou o codinome Airton. No segundo, cinco dias depois, está com o nome de Rafael. Os dois documentos constam com outros dados pessoais de Bolsonaro como corretos, como CPF e data de nascimento.

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Na noite de terça, a AGU havia informado em nota a entrega dos exames, que deram negativo. Na papelada entregue pela AGU consta um ofício do general de Divisão Rui Yutaka Matsuda, comandante Logístico do Hospital das Forças Armadas, que aponta o uso dos nomes fictícios, sendo preservados todos os dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais, para fins de comprovação da sua veracidade.

Ainda houve um terceiro exame, realizado no dia 18 de março, no Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz, instituição ligada ao Ministério da Saúde que fica no Rio de Janeiro. Nele, com resultado divulgado dia 19 daquele mês, o presidente foi o Paciente 05.

Na véspera, o próprio presidente tinha dito que iria entregar os resultados se houvesse uma determinação do STF para isso.

O caso chegou ao Supremo após o jornal O Estado de S. Paulo ter recorrido de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que rejeitava a entrega dos exames.

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Na sexta, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, havia aceitado recurso da AGU e derrubado decisão anterior que obrigava o presidente a entregar os resultados dos exames sobre o novo coronavírus que realizou.

O imbróglio sobre o resultado dos exames de Bolsonaro se dá desde a primeira instância.

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