BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a nomeação do desembargador Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 8, e aproveitou sua live para mostrar que tem, inclusive, nomeado pessoas ligados a partidos como PT, PCdoB e PSOL para cargos em universidades públicas.
Bolsonaro tem sido duramente criticado pela ala ideológica de seu governo, pelo fato de Kassio Marques ter sido indicado, durante o governo de Dilma Rousseff, ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Ao comentar o assunto, Bolsonaro disse que a escolha ocorreu por meio de uma lista tríplice e aproveitou para afirmar que tem assinado listas com nomes de partidos de esquerda, para cargos de reitor em universidades públicas.
"Pessoal que me critica, vocês estão perdendo a chance de bater em mim. Vejam os reitores que estou assinando. Estou indicando caras do PCdoB. Tem faculdade que estou indicando cara do PSOL. Tem universidade que é do PT", comentou. A indicação para o cargo de reitor é prerrogativa do presidente da República e ocorre após envio de uma lista com três nomes por cada instituição.
Bolsonaro pediu ainda "o mínimo de inteligência" para críticas direcionadas a Kassio Marques. Ele repetiu que tinha "dez bons nomes" para escolher ao STF, mas precisou fazer uma escolha. "Quem bota dentro do Supremo não sou eu. É o Senado Federal."
TCU
O presidente declarou, em sua live, que o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, teve "ampla aceitação" no Tribunal de Contas da União (TCU). Ontem, Bolsonaro anunciou que havia escolhido Oliveira para substituir o ministro José Múcio no TCU.
"Ele trabalha comigo há mais dez anos. Ele vai para o Tribunal de Contas da União. A origem dele é a Polícia Militar do Distrito Federal. Um advogado conhecido em Brasília. Nome que teve ampla aceitação no Tribunal de Contas da União", disse Bolsonaro, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais.
O chefe do Executivo comentou que, caso tivesse indicado Oliveira para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, teria tido "bronca" também, e voltou a comentar que o ex-ministro Sergio Moro era o mais cotado para a vaga antes de se demitir do governo.
"Se Moro não tivesse tido problema conosco, hoje estaria o pessoal fazendo uma onda terrível "Moro no Supremo ou não tem voto em 2022'", disse. O chefe do Executivo também voltou a dizer que não sabe se será candidato à reeleição. "Não sei se vou ser candidato. Se tiver muita coisa acontecendo, se eu estiver bem, a chance de vir a ser candidato à reeleição existe, mas se eu estiver mal, estou fora", afirmou.