Bolsonaro volta a justificar gastos do cartão corporativo

Em conversa com apoiadores, o presidente disse que financiou parte da operação de repatriação de brasileiros residentes em Wuhan, na China

11 mai 2020 - 10h34
(atualizado às 10h53)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar os gastos com o cartão corporativo nesta segunda-feira, 11. Em conversa com apoiadores, o presidente disse que financiou parte da operação de repatriação de brasileiros residentes em Wuhan, na China.

Presidente Jair Bolsonaro usa máscara de proteção facial ao caminhar na portaria principal do Palácio da Alvorada, em Brasília
Presidente Jair Bolsonaro usa máscara de proteção facial ao caminhar na portaria principal do Palácio da Alvorada, em Brasília
Foto: Dida Sampaio / Estadão

Questionado por uma apoiadora se a China escondeu dados sobre o novo coronavírus, o presidente evitou comentar sobre o assunto e citou os gastos do cartão presidencial.

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"O que eu posso falar da China é que ontem a imprensa como sempre, dá licença aí, a imprensa como sempre criticando o cartão corporativo", comentou. Bolsonaro criticou a imprensa por noticiar os gastos feitos de janeiro a abril deste ano.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, os gastos do cartão corporativo dobraram nos quatro primeiros meses de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos. A fatura no período foi de R$ 3,76 milhões. O valor gasto é lançado todo mês no Portal da Transparência do governo, mas não é detalhado, o que impede saber o peso que a operação para resgate dos brasileiros na China teve na fatura total.

Aos apoiadores, Bolsonaro falou sobre gastos na operação de repatriação, sem explicações mais detalhadas sobre o assunto. "Até parece que eu estou tomando, tô usando o cartão para fazer festa", comentou.

Na saída da residência oficial, Bolsonaro apareceu usando máscara de proteção. Pela manhã, ao sair do Alvorada, o presidente não costuma usar máscara. Nesta segunda, contudo, o governo do Distrito Federal inicia a fiscalização do uso de máscaras em espaços públicos.

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O decreto que estabelece a obrigatoriedade do uso vale desde o dia 30 de abril, mas ainda não havia penalização para quem não cumprisse a determinação. Pela norma, os brasilienses devem usar a proteção também em vias, paradas e veículos de transporte público coletivo, além de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços. A multa para quem não cumprir a definição pode chegar a R$ 2 mil.

O presidente respondeu ainda a um apoiador que o questionou sobre a "demora do ministro da Saúde, Nelson Teich, em endossar o uso da hidrocloroquina" no tratamento da covid-19. O medicamento ainda não tem eficácia comprovada contra a doença.

"Não é verdade essa informação (sobre demora), porque está no protocolo. Tem Estado que não está aceitando. Está dificultando, outros não". O presidente destacou ainda que o medicamento pode ser encontrada em farmácia do DF. "Tem a cloroquina aqui nas farmácias em Brasília, aqui tem. Em alguns Estados não tem. Vamos tentar correr atrás o por que não tem", disse.

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