Após indiciamento de Bolsonaro, Moro defende ex-presidente; veja outras reações de aliados

Jair Bolsonaro e 11 aliados foram indiciados pela Polícia Federal (PF) no caso envolvendo joias sauditas; bolsonaristas falam em 'perseguição' e parcialidade dos investigadores

5 jul 2024 - 09h20
(atualizado às 11h33)
Ex-ministro de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro saiu do governo acusando o então chefe do Executivo de interferência política na Polícia Federal (PF).
Ex-ministro de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro saiu do governo acusando o então chefe do Executivo de interferência política na Polícia Federal (PF).
Foto: Gabriela Biló/Estadão / Estadão

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira, 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 11 aliados no caso envolvendo as joias sauditas, revelado pelo Estadão. Ex-ministros e aliados políticos saíram em defesa do ex-presidente alegando que ele é vítima de perseguição.

O inquérito enquadra o ex-presidente nos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela venda ilegal. Somadas, as penas variam entre 10 a 32 anos de prisão.

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Flávio Bolsonaro, Eduardo e Carlos: 'Perseguição'

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse no X (antigo Twitter) que o indiciamento do ex-presidente é uma "perseguição declarada e descarada" a Jair Bolsonaro. O senador alegou que os presentes concedidos ao ex-presidente foram devolvidos ao patrimônio da União, não havendo "dano ao erário".

Sugeriu parcialidade na atuação dos investigadores, afirmando que um grupo na PF foi "escalado a dedo" para as diligências. O texto de Flávio foi replicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL).

Sóstenes Cavalcante: 'Solidariedade total'

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) replicou em seu perfil do X o texto publicado por Flávio Bolsonaro. Além disso, afirmou que o indiciamento da PF é "pura perseguição" e reforçou sua "solidariedade total e irrestrita" ao ex-presidente.

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"Fazem de tudo, mas todo o Brasil sabe que Jair Bolsonaro não é corrupto", sugeriu Cavalcante.

Ciro Nogueira: 'Homem de bem'

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente é "um homem de bem" de caráter e honestidade insuperáveis entre brasileiros. "Igual a Bolsonaro até pode ter, mas mais ('de bem' e honesto)… É impossível", afirmou Nogueira no X.

Rogério Marinho: 'Precedente' a Lula

O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro e líder da Oposição no Senado, disse que o indiciamento desta quinta é um "precedente" preocupante ao presidente Luiz Inácio da Lula (PT), pois o petista também esteve envolto a um imbróglio jurídico sobre presentes conferidos a ele entre 2003 e 2010.

Como mostrou o projeto Comprova, em parceria com o Estadão Verifica, a insinuação de Marinho é enganosa. Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez auditoria no acervo de presentes recebidos em Lula e pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Após o pente-fino, a Corte de contas determinou a localização e incorporação ao patrimônio da União de 568 peças dadas a Lula e de 144 itens conferidos a Dilma. Até então, não havia clareza na legislação sobre a destinação desses bens.

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Segundo o TCU, esta determinação foi cumprida pelos petistas. Apenas oito itens do acervo de Lula não foram localizados. De acordo com registros do Sistema de Informação do Acervo Privado Presidencial (Infoap), os presentes em posse de Lula foram estimados em R$ 11.748,40. Este montante, segundo o TCU, foi restituído à União em 10 parcelas de R$ 1.174,84.

Sérgio Moro: 'Diferença de tratamento'

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, relativizou a "diferença de tratamento" entre o ex-presidente e Lula. O ex-juiz aludiu ao caso dos contêineres e relembrou que, nesta ocasião, Lula não foi indiciado por peculato, "dada a ambiguidade da lei" vigente.

"Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares, afirmou Moro.

Gustavo Gayer: 'PF virou Gestapo'

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) comparou a PF à Gestapo, a polícia secreta do regime nazista. Segundo o deputado federal, a PF brasileira, a mando do ministro do STF Alexandre de Moraes, trabalha para perseguir opositores políticos. "Estão desesperados para desgastar o líder político que leva milhões pras ruas", disse Gayer.

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