Um dia após espalhar informações falsas sobre as vacinas utilizadas na prevenção de casos graves da covid-19 conterem grafeno em sua composição, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou da afirmação e disse nesta domingo, 18, que "houve um equívoco". Ele ainda pediu desculpas.
"Como é de conhecimento público sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021?, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.
O raro recuo do ex-presidente acompanhado pelo pedido de desculpas ocorre a quatro dias dele sentar no banco dos réus do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para responder às acusações do PDT em uma ação. O partido o acusa de ter cometido abuso de poder político e dos meios de comunicação ao reunir embaixadores no Palácio da Alvorada durante a pré-campanha das eleições de 2022 para espalhar mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas.
O Estadão apurou que o ex-presidente decidiu corrigir a própria declaração para não piorar a sua situação no julgamento do TSE. No mesmo evento realizado ontem em Jundiaí, Bolsonaro afirmou que as expectativas "não são boas" e pediu aos seus apoiadores que não se apavorem diante do resultado da votação na próxima quinta-feira, 22.
Bolsonaro volta a espalhar fake news
Como mostrou o Estadão, Bolsonaro disse em evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí no último sábado, 17, que leu a bula das vacinas de RNA distribuídas no País e identificou que o suposto grafeno presente nos imunizantes se acumula "nos testículos e ovários"
As bulas das vacinas Pfizer, Coronavac e Janssen, que são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não citam a presença do minério na composição. O grafeno é um material composto por átomos de carbono e tem sido apontado como o futuro da tecnologia, de acordo com o Inmetro.