Bolsonaro ignora indiciamento pela PF e critica imprensa e PT em CPAC: 'Não vão me desgastar'

Discurso do ex-presidente abriu evento conservador em Balneário Camboriú; conferência deve receber ainda fala do presidente argentino Javier Milei

6 jul 2024 - 10h59
(atualizado às 11h13)
Investigadores buscam entender como o cartão de vacinação de Bolsonaro foi utilizado durante sua saída do Brasil antes da posse de Lula e no seu retorno ao País
Investigadores buscam entender como o cartão de vacinação de Bolsonaro foi utilizado durante sua saída do Brasil antes da posse de Lula e no seu retorno ao País
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO - 03/05/2023 / Estadão

BALNEÁRIO CAMBORIU - O ex-presidente Jair Bolsonaro ignorou as acusações que pesam contra ele em seu primeiro discurso após o indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão em março do ano passado. Em breve fala, ele criticou o PT, a quem chamou de "partido do trambique" e a imprensa, especificamente a Rede Globo.

A fala de Bolsonaro abriu a Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil) na manhã deste sábado, 6, em Balneário Camboriú. "Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil, em que pese qualquer outras questões que nos atrapalhe", afirmou.

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Ele também disse que está à disposição para ser sabatinado ao vivo em um canal de televisão, mas não citou que seria a Globo. "Se acha que vão me desgastar, as redes sociais nos deram a liberdade. Será a maior audiência da história dessa televisão".

Foi o primeiro pronunciamento público de Bolsonaro desde que foi indiciado pela PF na quinta-feira, 4, pelos supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso das joias sauditas. A Polícia, apontou indícios de que o ex-presidente e 11 aliados, também indiciados, 'atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente para posteriormente serem vendidos no exterior'.

A CPAC foi criada em 1974 nos EUA e sua versão brasileira é realizada desde 2019. Os organizadores no País são o Instituto Conservador Liberal, presidido pelo advogado Sérgio Santana, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

O objetivo do evento é dar destaque para líderes conservadores e de extrema-direita de países da América do Sul, A estratégia também envolve políticos dos Estados Unidos e de países europeus onde extremistas de direita ascenderam ao poder nos últimos anos, como Polônia, Hungria e Holanda.

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Políticos desses países também estarão presentes na CPAC. A organização, porém, tem destacado as palestras do chileno José Antonio Kast, político de extrema-direita que deve tentar pela terceira vez ser presidente de seu país após fracassar em 2017 e 2021, e do ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Vilatoro. Ele é um dos responsáveis por implementar a política de prisões em massa adotada pelo governo de Nayib Bukele.

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