Sérgio Cabral revela que Bolsonaro lhe mandou "um abraço" enquanto estava na prisão

Na primeira entrevista após ser solto, ex-governador disse que torceu pela vitória de Lula nas eleições

5 mar 2023 - 10h30
(atualizado às 10h45)
Sérgio Cabral
Sérgio Cabral
Foto: Fábio Motta/Estadão / Estadão

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral revelou que Jair Bolsonaro lhe mandou "um abraço" enquanto estava preso. Cabral concedeu sua primeira entrevista desde que deixou a prisão.

"Quando eu fui preso, o Marco Antônio, meu filho, tinha gabinete no mesmo corredor que o Bolsonaro. Isso antes de o Bolsonaro disputar a Presidência", detalhou. "Ele fazia questão de perguntar ao Marco Antônio como eu estava e dizia para mandar um abraço para mim. Poucos fizeram isso. O Bolsonaro fez", afirmou em entrevista para o Metrópoles.

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Torcida para Lula

Apesar do 'carinho' do ex-presidente Jair Bolsonaro, Cabral acrescentou que torceu pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.  "Eu torci muito pelo Lula e graças a Deus o Lula ganhou", pontuou. 

"O Lula tem 'espírito público'. Ele quer acertar e gosta do povo, tem a alma do povo", acrescentou. 

O ex-governador contou ainda que, apesar da admiração, não vê Lula desde 2015, ocasião em que tomaram "uma cachaça" em Portugal. 

Prisão e liberdade

Em fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) concedeu liberdade a Sérgio Cabral, que estava em prisão domiciliar até então.

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Cabral ficou preso por seis anos - de novembro de 2016 a dezembro do ano passado, quando foi para prisão domiciliar. Acusado de liderar um esquema de propinas, o ex-governador do Rio foi condenado a mais de 400 anos de prisão em mais de 20 processos diferentes. Em todos os casos ainda cabe a possibilidade de recurso.

Cabral foi o último político preso da Operação Lava Jato a deixar a prisão em regime fechado.

Ainda que livre, Sérgio Cabral ainda precisará cumprir algumas medidas cautelares impostas pela Justiça, como o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-governador também não poderá deixar o Brasil e precisa se apresentar à corte todo mês.

Em nota, a defesa de Cabral celebrou o entendimento do tribunal. "Reconhecimento pela Justiça da ausência de motivos e do extenso e absurdo lapso temporal da prisão do ex-governador", afirmou em nota. 

Trajetória

Cabral foi governador do Rio de Janeiro por dois mandatos, entre 2007 e 2014, depois de atuar como deputado e senador.

Ele era um importante aliado do então presidente Lula e comandou o Estado em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, além de ter atuado ativamente na campanha do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada de 2016. Muitas obras para os grandes eventos teriam sido usadas para desvios de recursos e corrupção, de acordo com denúncias do Ministério Público.

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Cabral foi acusado de liderar a organização criminosa que contava com participação de empreitara, políticos, empresários e membros dos demais Poderes. Depois de negar inicialmente os crimes, o ex-governador confessou alguns dos atos ilícitos e esquemas no Estado em depoimentos à Justiça. (*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo)

Fonte: Redação Terra
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