Brasil age para evitar que Venezuela lidere Mercosul

Serra levou FHC para Montevidéu para ajudar em manobra política

6 jul 2016 - 11h29
José Serra fala durante coletiva de imprensa em Montevidéu
José Serra fala durante coletiva de imprensa em Montevidéu
Foto: EFE

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, José Serra, está unindo esforços para evitar que a Venezuela assuma a presidência temporária do Mercosul. O chanceler convidou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um encontro com o mandatário uruguaio, Tabaré Vázquez, em Montevidéu, para articular a manobra. O encontro também contou com a presença de Rodolfo Nin Novoa, chanceler do Uruguai, país que preside atualmente o semestre do Mercosul.

A ideia é que Montevidéu "atrase" até agosto a transferência do cargo para Caracas, que enfrenta uma série de instabilidades políticas e econômicas internas e ameaçam o governo de Nicolás Maduro. Além disso, o país ainda não apresentou todas as garantias para integrar o bloco regional, como a adesão ao acordo tarifário.

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A Venezuela entrou oficialmente para o Mercosul em 2012, após a suspensão do Paraguai, que foi punido temporariamente pelo impeachment contra o então presidente Fernando Lugo. O bloco também é formado pela Argentina e tem como objetivo promover a integração comercial na região da América do Sul. Os chanceleres do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai deverão se reunir na próxima segunda-feira (11), em Montevidéu, para tentar encontrar uma solução para a presidência temporária do Mercosul no segundo semestre de 2016. A transferência do cargo deveria ocorrer dia 12.

A manobra de Serra gerou uma reação imediata do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Twitter. "A República Bolivariana da Venezuela rechaça as insolentes e amorais declarações do chanceler de facto do Brasil", escreveu. Ele também acusou o Brasil de sofrer um golpe de Estado que "vulnera a vontade de milhões de cidadãos que votaram em Dilma".

"O chanceler de facto José Serra se soma à conspiração da direita internacional contra a Venezuela e vulnera princípios básicos que regem as relações internacionais", criticou Maduro.

(ANSA)

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Fonte: Ansa
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