Brasil e Espanha se comprometem a promover negociações entre UE e Mercosul

18 mar 2014 - 16h17

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e da Espanha, José Manuel García-Margallo, decidiram nesta terça-feira intensificar as relações bilaterais com a iniciada de uma Comissão de Diálogo Político e se comprometeram a impulsionar as negociações entre a União Europeia e Mercosul.

García-Margallo e Figueiredo se reuniram por ocasião da visita de trabalho do chanceler brasileiro à Espanha, a primeira desde que foi nomeado em setembro de 2013.

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"O nível das relações entre Espanha e Brasil é dos mais altos, tanto do ponto de vista econômico, comercial, do entendimento político e da cooperação", disse Figueiredo à imprensa.

A Comissão Ministerial de Diálogo Político Espanha-Brasil foi criada pelos presidentes Mariano Rajoy e Dilma Rousseff em novembro de 2012 e está previsto que se reúna a cada dois anos.

"É um marco na relação e abre possibilidades muito concretas de manter sempre um contato de alto nível: que seja um impulso para uma relação que já tem um nível de excelência como poucas", ressaltou o chanceler brasileiro.

García-Margallo e Figueiredo falaram além da candidatura espanhola ao Conselho de Segurança da ONU para o biênio 2015-2016, que ainda não tem o apoio do Brasil em uma votação que acontecerá em outubro.

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O chanceler brasileiro explicou que seu país está "examinando o tema com toda a simpatia" como corresponde ao peso da relação entre ambos os países e acrescentou que os apoios entre Espanha e Brasil "são comuns, embora às vezes não ocorram por circunstâncias".

As negociações entre o Mercosul e a UE foram centralizaram parte do encontro e García-Margallo mostrou o interesse da Espanha por "protagonizar" os acordos de associação com nações da América Latina e lembrou que o país já foi "ponta de lança" com o México, Chile e a América Central.

"Pretendemos ser também no acordo de investimento com os Estados Unidos que, à parte do interesse em si mesmo, deve permitir avançar nas negociações com o Mercosul. As notícias do ministro dão esperanças e uma enorme alegria", afirmou o espanhol.

Ambos confirmaram seu compromisso de impulsionar essas negociações para conseguir o acordo de associação bi-regional entre os dois blocos.

Em matéria econômica e comercial, o ministro destacou a colaboração entre as empresas espanholas e brasileiras e apostou porque as "multilatinas", como se conhece às multinacionais surgidas na América Latina, encontrem um "clima propício de fazer da Espanha uma plataforma de penetração na UE e norte da África".

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As relações comerciais já superaram os 7 bilhões de euro e pela primeira vez a balança comercial é propício à Espanha.

Há um excedente de investimentos a 31 de dezembro de 65 bilhões de euros e Espanha é o segundo investidor estrangeiro no Brasil, depois dos Estados Unidos, e este país latino-americano é o principal destino de investimentos espanhois no exterior.

"Abrem-se as oportunidades de negócios para as empresas espanholas no Brasil e para as empresas brasileiras na Espanha, francamente importantes e em muitos setores", disse García-Margallo.

Os ministros ressaltaram programas de bolsas de estudos como o "Ciência sem Fronteiras", pelo qual as universidades espanholas já receberam 2.900 estudantes brasileiros desde 2011.

O ministro espanhol expôs ao brasileiro o interesse em colaborar no programa "Espanhol sem Fronteiras", desenvolvido pelo Ministério da Educação do Brasil.

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