Em seu pronunciamento na TV e no rádio em cadeia nacional, na noite desta sexta-feira (17), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, exaltou as medidas tomadas durante o primeiro semestre de seu mandato e afirmou que "a Câmara independente de hoje é um poder com muito mais iniciativa".
Cunha disse que, apenas recentemente, o Judiciário e o Lesgislativo recuperaram sua independência e o equilíbrio entre os poderes. Disse ainda que a Casa que comanda está amplamente "conectada com as necessidades da população".
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O presidente da Câmara - que anunciou ainda nesta sexta-feira um claro rompimento com o governo - enalteceu a aprovação de medidas como a redução da maioridade penal, maiores direitos às empregadas domésticas e a garantia de "direitos ao trabalhador terceirizado".
Esta última medida, segundo Cunha, contou com o apoio das centrais sindicais. No entanto, nas semanas que antecederam a aprovação do projeto na Câmara, organizações sindicais saíram às ruas em todo o País para protestar contra a medida.
Ainda de acordo com Cunha, a Câmara está dando "passos históricos, buscando demandas da população em cada estado com a Câmara intinerante". "O povo que nos elegeu e é para o povo que vamos continuar trabalhando", encerrou Cunha.
Repercussões do pronunciamento
Durante o discurso de Cunha em rede nacional, a hashtag que dominou as redes sociais foi #CunhaNaCadeia - liderando a lista dos Trending Topics nacionais e mundiais no Twitter desde as 20h30.
Em paralelo a isso, houve promessa de "barulhaço" e Cunha incentivou um "aplausaço" em sua homenagem durante o discurso. Houve relatos de barulhaço em São Paulo - nos bairros da Consolação, Aclimação, Cambuci e Higienópolis -, em Brasília, na região da Asa Sul, no Rio de Janeiro em Laranjeiras e no Flamengo, em Belo Horizonte, na região da Pampulha e em partes do Recife.
A praça São Salvador, em Laranjeiras, zona sul da capital fluminense, foi o ponto de maior concentração no Rio dos que fizeram barulho enquanto o peemebista. “Não podemos mais tolerar um cara que faz o que bem entende no Congresso e ninguém faz nada. Até quando vamos deixar esse cara fazer essas coisas”, questionou a estudante Camila Rodrigues, 21. O manifesto foi convocado pelas redes sociais e reuniu cerca de 100 pessoas.
Em outros pontos da capital fluminense, como no bairro de Botafogo e Catete, ambos na zona sul, também foi possível ouvir o barulho de quem não está contente com o posicionamento de Cunha – ontem, acusado de ter recebido propina de US$ 5 milhões, de acordo com delação premiada do ex-consultor da empresa Toyo Setal, ao juiz federal Sérgio Moro, dentro da operação Lava Jato.
Se não foi tão barulhento como nos pronunciamentos da presidente da República, Dilma Rousseff, há cerca de três meses, o “panelaço” contra Cunha teve um objetivo pontual, de acordo com o advogado Diogo Nogueira, 26. “Ao menos estamos fazendo alguma coisa, não dá para suportar mais um cara que pensa que pode fazer o que bem entende com o País”, disse.
Confira alguns tweets registrando panelaços:
Teve panelaço sim
@GloboNews
pic.twitter.com/BKO7od5JEp
— Mika Lins (@Mikalins)
17 julho 2015
Na região da Consolação teve panelaço contra o Cunha
https://t.co/WIzdHZ6dgv
— lores (@lorenaribeiro)
17 julho 2015
Panelaços no bairro Bela Vista em SP.
#CunhaNaCadeia
#CunhaGolpista
pic.twitter.com/jBGbJV5frM
— Jean Almeida (@drjahn77)
17 julho 2015
Confira o que está sendo falado no Twitter sobre o assunto:
