Brasília: ato tem festa pró-Dilma e crítica a ajuste fiscal

Com gritos de "não vai ter golpe", protesto da CUT reuniu 1.500 pessoas em defesa da presidente

13 mar 2015 - 20h53
(atualizado às 22h26)

Com bandeiras da campanha de Dilma Rousseff (PT) do ano passado, cerca de 1.500 manifestantes participaram de um ato em apoio ao governo federal na rodoviária do Plano Piloto de Brasília. Enquanto o grupo gritava palavras de ordem em defesa da Petrobras e da petista, menos de 50 motoqueiros faziam um buzinaço na Esplanada dos Ministérios, alguns vestindo camisetas “Fora Dilma”.

Manifestantes pró-Dilma gritam: "não vai ter golpe"
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O ato pró-Dilma foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e começou na sede da entidade, de onde seguiu para a rodoviária, próximo à Esplanada dos Ministérios. Os opositores passaram ao lado do terminal, escoltados pela Polícia Militar, em direção ao Palácio do Planalto, mas as manifestações não chegaram a se encontrar.

Os ativistas pró-Dilma faziam coro de “não vai ter golpe” e “o pré-sal é nosso” e entoavam palavras de ordem contrárias à Rede Globo. Os manifestantes também repetiram o grito dos estádios durante a Copa do Mundo: “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

"Ódio no ar"

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A professora Olisa Reis, 50 anos, disse que apoia Dilma, mas que seu objetivo principal é protestar a favor da democracia. “Como historiadora, acho que estamos vivendo um momento delicado da nossa democracia. Eu defendo a Dilma até que achem um podre dela. Até o momento acho que ela é honesta e merece o nosso respeito. Até pela história dela, de luta”, disse.

Da esquerda para a direita, Laura, Olisa, Lourdes e Maria. "Há um sentimento de ódio no ar", diz Olisa
Da esquerda para a direita, Laura, Olisa, Lourdes e Maria. "Há um sentimento de ódio no ar", diz Olisa
Foto: Débora Melo / Terra

Olisa ainda criticou o que chamou de “sentimento de ódio no ar”. “Quando a sociedade se fecha em um pensamento único, a gente tem que se manifestar. É perigoso”, afirmou. Ela foi ao protesto da CUT com a filha Laura Reis e a amiga da jovem, Maria Castanho, ambas de 16 anos, e contou que o grupo foi hostilizado pelo motorista do ônibus que pegou até a rodoviária. "Na escola eu também sou desrespeitada. Perguntam se eu recebo Bolsa Família para votar na Dilma", disse Laura.

Críticas

No ato da CUT, faixas carregadas por sindicalistas mostravam, no entanto, que a política econômica do início do governo não é unânime. Uma delas pedia para a presidente reverter os cortes do Orçamento da educação. Outra pedia que o ajuste fiscal do governo fosse feito com a taxação de grandes fortunas.

“Por mais que a gente a admire, não somos favoráveis a algumas medidas que ela coloca. Se tiver que reivindicar, a gente vai reivindicar”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Bancários do Pará, Eliane Lima.

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Festa pró-Dilma também tem crítica ao ajuste fiscal
Foto: Fernando Diniz / Terra

Também participaram do ato representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do coletivo Fora do Eixo e de outros movimentos sociais. Um panfleto editado pelos organizadores dizia que “forças políticas reacionárias querem tomar o poder”. “Forças políticas reacionárias, detentoras do oligopólio da comunicação, apoiados por aqueles que têm pensamento privatista e elitista (os mesmos que atacaram nordestinos e pobres durante o processo eleitoral) querem, de qualquer forma, tomar o poder.”

Sobre a Petrobras, o panfleto dizia que a investigação do esquema de corrupção deveria ter começado nos anos 90, quando o jornalista Paulo Francis denunciou um suposto esquema que envolvia funcionários da estatal. “Somente nos últimos anos, a Polícia Federal teve autonomia para investigar casos como o da Petrobras.”

O mesmo texto criticava as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo governo Dilma, com mudanças no acesso de trabalhadores ao seguro desemprego. “A agenda dos trabalhadores que queremos ver implementada no Brasil é a agenda do desenvolvimento, com geração de emprego e renda. Governo nenhum pode mexer nos direitos dos trabalhadores.”

Fonte: Terra
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