O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 17, que há uma "briga muito grande" entre ministros do governo por um orçamento maior em suas pastas. A declaração foi feita em discurso durante a inauguração de uma usina termoelétrica em Sergipe.
Como revelou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo prevê reservar R$ 5,8 bilhões a mais no Orçamento do ano que vem para despesas com militares do que com a educação no País. Caso confirmada, será a primeira vez em dez anos que o Ministério da Defesa terá um valor superior ao da pasta da Educação.
Na cerimônia, o presidente da República declarou que o País deve "em grande parte" ao Exército a realização de obras de infraestrutura. Essa área é uma das destinatárias de articulação do Palácio do Planalto para realização de obras fora do teto de gastos, medida que encontra resistência na equipe econômica.
Dirigindo-se a deputados federais presentes no evento, Bolsonaro ressaltou que o orçamento é "completamente comprometido" com despesas obrigatórias - aquelas em que o governo é obrigado a gastar por força da lei. "Sobra muito pouco e a briga é muito grande para que cada ministro consiga puxar um pouco mais desse orçamento para si para fazer alguma coisa."
Bolsonaro fez um aceno aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e aos governadores, afirmando que um entendimento entre todos é que vai fazer o Brasil executar suas potencialidades.
Iniciativa privada
Com o orçamento público apertado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a iniciativa privada tem sido a "grande aliada" do governo federal para investimentos, mas ressaltou que a atração de negócios depende da confiança dos investidores.
"Vem investimentos de fora, mas para isso você tem que fazer com que eles confiem na gente, caso contrário os investimentos de fora não virão para cá", pontuou o presidente da República no evento.