Câmara aprova doação de empresa para partidos políticos

Após derrota em outra votação, Eduardo Cunha articulou inclusão de financiamento privado na Constituição em resposta ao STF

27 mai 2015 - 21h57
(atualizado às 22h23)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27), por 330 votos a 141, a inclusão da permissão do financiamento de empresas para partidos políticos na Constituição. A medida foi chancelada pelos deputados depois de terem rejeitado as doações empresariais para candidatos.

Manobra de Eduardo Cunha garantiu aprovação do financiamento empresarial de campanha
Manobra de Eduardo Cunha garantiu aprovação do financiamento empresarial de campanha
Foto: BBC Mundo / Copyright

A emenda aprovada é de autoria do deputado Celso Russomano (PRB-SP) e estipula que candidatos apenas podem receber doação de pessoas físicas, enquanto partidos podem receber de pessoas jurídicas. O texto ainda precisa passar pelo Senado. Uma lei ordinária deverá regulamentar as doações e limites para os repasses.

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A inclusão do financiamento de empresas na Constituição era um dos principais pontos da reforma política para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Depois que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a doação privada, deputados se apressaram em mudar a Constituição para barrar a proibição pelo Judiciário.

No início da madrugada de quarta-feira, a Câmara, no entanto, rejeitou o financiamento empresarial para candidatos, impondo uma derrota a Cunha. Coube ao peemedebista articular a votação da emenda similar, com a inclusão da doação de empresas para partidos políticos.

A decisão foi acompanhada de muita polêmica. Deputados do PT, Psol e outros partidos contrários à medida acusaram Cunha de descumprir um acordo partidário. Segundo eles, a rejeição da emenda na sessão anterior anularia a votação de outros modelos. Os deputados se baseavam em uma fala do próprio Cunha em plenário.

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Mesmo assim, Eduardo Cunha encaminhou a votação. A Câmara rejeitou outros modelos, como o 100% público e o que liberava o financiamento apenas para pessoas físicas. Além da emenda de Russomano, a Câmara poderia aprovar a medida prevista no relatório de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também permitia a doação empresarial. 

Fonte: Terra
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