Câmara de São Paulo vai instalar CPI da Enel para investigar apagão na capital

"A Enel deve explicações para a população paulistana e esse caso de negligência deve ser investigado", argumentou a autora do pedido

7 nov 2023 - 18h50
(atualizado às 19h52)
Apagão deixou cerca de 1,4 milhão de residências ficaram no escuro em São Paulo
Apagão deixou cerca de 1,4 milhão de residências ficaram no escuro em São Paulo
Foto: Vincent Bosson/Fotoarena/IMAGO

A Câmara Municipal de São Paulo vai instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a concessionária de energia Enel, em razão da demora para mitigar os efeitos do apagão que atinge parte da capital desde sexta-feira, 3. Na manhã desta terça-feira, 7, a vereadora Luna Zarattini (PT) protocolou o primeiro pedido de abertura da CPI.

De acordo com o regimento da Casa, o presidente da comissão será sempre o primeiro signatário do requerimento que a propôs. Porém, existe um movimento da base governista para que o vereador João Jorge (PSDB) presida a CPI da Enel.

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Até agora, três requerimentos para a criação da CPI da Enel já foram protocolados, gerando uma disputa sobre a escolha do presidente da comissão. Os outros dois pedidos foram apresentados pelos vereadores Sandra Tadeu (União) e João Jorge. Durante a reunião do colégio de líderes, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que pretende instalar a comissão nesta quinta-feira, 9. Nos bastidores, um acordo está sendo costurado entre os partidos para que João Jorge assuma a presidência da CPI, enquanto Luna ficaria responsável pela relatoria da comissão.

"Que bom que a base do governo entende também a importância dessa CPI. Apresentei o primeiro pedido de CPI, e protocolei hoje pela manhã, antes dos outros requerimentos, já com a quantidade mínima de assinaturas", disse Luna ao Estadão. "A Enel deve explicações para a população paulistana e esse caso de negligência deve ser investigado! Que sirva de alerta para as outras tentativas de privatização na nossa cidade e no nosso estado", completou.

Por sua vez, Jorge diz que o serviço prestado pela Enel vem se deteriorando na cidade de São Paulo. "Por mais que se reconheça a intensidade das intempéries que causaram a queda de energia, exige-se que a concessionária responda rapidamente aos chamados e mantenha equipe de atendimento condizente com o tamanho da cidade de São Paulo e com a receita obtida de seus moradores", escreveu o vereador no pedido de abertura da CPI.

Nesta terça-feira, 7, pelo menos 200 mil residências continuavam sem fornecimento de energia elétrica em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital paulista, que são atendidos pela Enel. A empresa divulgou essa informação pela manhã, quatro dias após as intensas chuvas e ventos que afetaram a região. Além da interrupção no fornecimento de luz e energia, as tempestades já resultaram em oito fatalidades.

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"A Enel colocou quase 3 mil profissionais nas ruas que seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo", disse a companhia. A previsão é que o serviço seja totalmente restabelecido até a noite desta terça.

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