A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quinta-feira, 1, a recriação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Até o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro cobiçava cargos no órgão e foi o autor da proposta de votação em separado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma outra MP que extinguia o órgão e iria caducar.
Acatando o desejo do governo, o relator da MP dos Ministérios, aprovada nesta quarta-feira, adicionou um artigo no texto que consagrava o fim da fundação. Mas um acordo feito entre todos os partidos garantiu a remoção do artigo em votação simbólica, permitindo a recriação do órgão federal.
A Funasa tem 26 superintendências pelo Brasil e era dona de um orçamento de R$ 2,9 bilhões no governo Bolsonaro. A missão é levar saneamento básico e água de qualidade aos brasileiros.
Como mostrou o Estadão, neste período, mais da metade delas ficaram no controle do Centrão. Familiar de político, coach, especialista em "análise sensorial de cachaça" e dono de restaurante self-service assumiram cargos de comando por indicação de aliados do ex-presidente no Congresso.
Ainda durante o governo Bolsonaro, foi para Funasa que parlamentarem enviaram recursos do orçamento secreto. Como revelou o Estadão, poços de água no Nordeste foram construídos sem bombas para saída de água.
Danilo Forte (União-CE), presidente da Funasa, entre 2007 e 2010, foi principal articulador para a recriação do órgão e defendeu a pauta ainda durante a MP. Ele argumentava que a fundação tem a melhor competência para trazer saneamento e acompanhamento sanitário aos municípios mais remotos do País.
Para ele, a recriação da Funasa é "uma vitória para os brasileiros". "Sei do benefício deste órgão para o atendimento à população em um país continental e repleto de desigualdades regionais como é o Brasil", afirmou, em nota. Ele fez a sugestão para o destaque.