Candidatos à Presidência defendem legalização da maconha
Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO) e vice de Zé Maria (PSTU) criticaram "guerra às drogas" em debate promovido pela Associação Cultural Cannabica de São Paulo e
O "fracasso" da repressão policial na política de "guerras às drogas" marcou um debate promovido nesta terça-feira pela Associação Cultural Cannabica de São Paulo com os candidatos à Presidência Eduardo Jorge (PV) e Rui Costa Pimenta (PCO), além da candidata a vice na chapa de Zé Maria (PSTU), Claudia Durans. Os demais candidatos não compareceram.
O argumento de que a proibição não reduz o consumo da droga e apenas contribui com a superlotação do sistema prisional brasileiro foi o ponto em comum da explanação dos três candidatos. O debate foi realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e mediado pelo advogado Fernando Silva, 29 anos, ativista conhecido como Profeta Verde.
"Parcela significativa da população carcerária no Brasil e no mundo se deve à proibição às drogas. É necessário lutar para eliminar esse crime artificial. É um crime como prostituição: um problema moral transformado em legislação”, disse Rui Costa, para quem a guerra às drogas tem sido “um dos principais pretextos para a repressão policial” e “uma forma de controle social".
Claudia Durans, por sua vez, citou a “criminalização da pobreza” como consequência da guerra às drogas. "É preciso enfrentar a vulnerabilidade da juventude que vai ao tráfico. E essa juventude vai ao tráfico para não se desmoralizar diante de outras situações, diante do crescimento das desigualdades", afirmou.
Já Eduardo Jorge afirmou que a maconha é a "chave do poder econômico do crime no Brasi" e que sua legalização provocaria um colapso nessa estrutura. O candidato do PV ainda lamentou que o debate seja prejudicado por "preconceito, ignorância e falta de dados".
Levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 7% dos brasileiros com idade entre 18 e 59 anos já fumaram maconha pelo menos uma vez na vida. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que, das 40.692 mortes provocadas pelo uso de drogas entre 2006 e 2010, 34.573 (84,9%) ocorreram por abuso de álcool, e 4.625 (11,3%) por uso de tabaco - ambas drogas lícitas.
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Uso controlado
Jorge, que é médico sanitarista, disse que o PV é a favor da legalização de todas as drogas, exceto crack, mas que é preciso haver regulação e controle. "É preciso esclarecer como deve ser o uso moderado a fim de evitar a dependência. Essa deve ser a concentração do esforço do Estado. Algumas drogas vão exigir controle mais rigoroso, mas não é o caso da maconha", afirmou Jorge, que aponta a "característica mais suave" da erva.
Embora tenha defendido as liberdades individuais e a legalização de todas as drogas, o candidato Rui Costa disse que isso não significa que o PCO seja favorável ao uso das substâncias. "O que nós defendemos são os direitos do povo de modo abrangente. O uso de drogas, ao contrário do que a ideologia conservadora tenta alegar, é um problema de cada um", declarou.
Pesquisa Ibope divulgada no dia 22 de julho mostra Eduardo Jorge (PV) com 1% das intenções de voto - a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, lidera a disputa com 40%. O candidato Rui Costa Pimenta (PCO) não pontuou.
O acervo fica na zona norte do Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro de Piedade
Foto: Mauro Pimentel
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O dono é Fernando França, um ex-professor de Biologia que há cerca de duas décadas trocou as salas de aula pela vida de colecionador
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Entre álbuns de figurinhas, revistas, e todo o tipo de antiquário, França é dono de uma coleção que explica de forma cronológica como os políticos pediram votos no País ao longo dos últimos três séculos
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"Aqui você vai encontrar a história da propaganda eleitoral brasileira", diz, ao receber a reportagem do Terra em sua casa
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Um dos cômodos da casa está totalmente decorado, com exclusividade, com camisetas, chaveiros, lápis, banners, enfim, tudo o que o político brasileiro já fez em termos de marketing para ganhar votos e vencer eleições
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"Esse material todo fica em caixas, mas tirei tudo e coloquei para vocês terem uma ideia de quanta coisa já foi produzida", conta ele
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Fernando possui títulos eleitorais e imagens de políticos de épocas passadas, como Getúlio Vargas, que costumava, por exemplo, carimbar notas de baixo valor e entregar para os eleitores
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Atualmente, seguindo determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nenhum político é mais autorizado a dar brindes aos possíveis eleitores como forma de conquistar o voto
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"Antigamente, as campanhas eram feitas ao redor das paróquias", recorda
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Santinho, popularmente, tornou-se todo e qualquer panfleto de candidato, geralmente com sua imagem e propostas de governo
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Relíquias da propaganda eleitoral brasileira no acervo de Fernando França
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