Cardozo atuou junto aos Estados Unidos para ajudar Maluf

24 jul 2014 - 09h52
(atualizado às 18h23)

O governo dos Estados Unidos recebeu um comunicado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, onde o brasileiro pergunta a respeito da possibilidade de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), aliado da administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual está relacionado na Justiça norte-americana. O Ministério da Justiça confirmou o fato e disse ter encaminhado o pedido porque essa é a praxe a ser seguida quando um cidadão brasileiro faz tal solicitação. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo. 

O Ministério afirmou, em nota, que "o deputado federal Paulo Maluf requisitou formalmente ao ministro da Justiça (...) fosse expedido comunicado ao procurador-geral dos Estados Unidos da América, nos termos do art I do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal - MLAT (Decreto Lei n 3.819), para que fosse facultado exercer em território brasileiro atos pertinentes ao seu exercício de defesa (depoimento por meio de vídeo conferência ou carta rogatória)."

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Após entrar em contato com as autoridades americanas, a nota diz que "o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América respondeu negativamente à consulta."

O caso de Maluf foi o único até agora com essas características: um brasieiro, com residência fixa e com aviso de procurado pela Interpol, a polícia internacional, requerendo o direito de ser ouvido no Brasil. Segundo o Ministério, se outro cidadão nessa condição pedir ajuda, será atendido. Nos dois últimos anos, Maluf e seu advogado procuraram Cardozo mais de uma vez para tratar do assunto. O deputado está citado em um caso de possível evasão de divisas - o que ele nega - e a Justiça dos EUA o considera foragido. Por isso, a Interpol exibe em seu site uma foto de Maluf como procurado desde 2009. 

O começo da busca por ajuda do deputado no Ministério da Justiça coincide com a adesão de Maluf e seu partido, o PP, à campanha do petista Fernando Haddad pela prefeitura da capital paulista. O pedido foi negado pelo governo norte-americano mas, mesmo assim, o deputado seguiu a procurar ajuda no ministério. Os advogados tentam ainda uma reversão desse quadro. "Não sou procurado por eles porque estou condenado. Sou procurado porque eles querem a minha oitiva. O que estranho é que um brasileiro não tem a mesma defesa do governo brasileiro que teve o Cesare Battisti (ativista italiano), este sim criminoso", reclamou Maluf.

Fonte: Terra
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