Cardozo deixa reunião; Dilma continua no Planalto discutindo protestos

Presidente ordenou que todos os ministros permanecessem em Brasília

21 jun 2013 - 10h35
(atualizado às 13h37)

Durou quase três horas a reunião emergencial que a presidente Dilma Rousseff convocou nesta sexta-feira para discutir a onda de protestos que levou ontem mais de 1 milhão de pessoas às ruas no País. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, era o único ministro no encontro.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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Os detalhes da pauta não foram divulgados, mas fontes afirmam que um pronunciamento presidencial sobre o tema pode ser considerado. Após Cardozo deixar o Palácio do Planalto, a presidente segue em seu gabinete onde comanda outra reunião. Segundo interlocutores do governo, ela continua debruçada no tema das manifestações.

Dilma determinou que todos os ministros permanecessem em Brasília. Por causa das manifestações, a presidente cancelou uma viagem que faria ao Japão sob argumento de que "não seria bom passar uma semana fora do País" neste cenário. Ela também adiou o lançamento do Plano Safra para o semiárido, evento que ocorreria hoje em Salvador.

Dilma vem acompanhando de perto a onda de protestos por meio de seus auxiliares. Responsável pela inteligência e pela segurança presidencial, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), José Elito, admitiu que o sistema de inteligência do País vem monitorando os movimentos.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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