Pelo segundo dia consecutivo, ocorre manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista e no bairro dos Jardins. Neste sábado e neste domingo, inicialmente convocados como carreatas, os atos aglomeraram pessoas a pé, incluindo idosos, com concentração em frente à Fiesp. O presidente participou de ato semelhante em Brasília no início desta tarde.
Nos dois dias as demonstrações partiram do Ginásio do Ibirapuera. Apesar de imagens das convocações frisarem a saída do governador João Doria, nas redes e nos adesivos e faixas as pautas eram muitas, com críticas a veículos de imprensa e ao Supremo Tribunal Federal. O ato deste domingo chegou a fechar uma das pistas da avenida.
Tomé Abduch, porta-voz do movimento Nas Ruas, ligado à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), convidou ao longo da semana para a carreata deste domingo e o movimento pedia para que as pessoas não saíssem dos carros.
"As nossas pautas serão 'Fora Rodrigo Maia', que ninguém mais suporta esse homem governando nosso país, 'o isolamento vertical responsável' e também a 'PL 149 não' que pode destruir o nosso país e dar para os governadores de todos os Estados um dinheiro gigantesco sem qualquer contrapartida", disse Tomé, em vídeo postado nesta manhã.
O "isolamento vertical" é o isolamento social apenas dos que estão no grupo de risco à exposição ao vírus, como maiores de 60 anos e portadores de doenças crônicas. A teoria é vista com ceticismo pela comunidade médica. O PL 149 foi aprovado nesta segunda-feira, 13, pela Câmara dos Deputados. Quanto ao projeto que estabelece auxílio financeiro a Estados e municípios durante seis meses pela perda das receitas com arrecadação de impostos por causa da pandemia do novo coronavírus, o Senado resolveu dar prioridade a um projeto próprio para poder dar a palavra final sobre a medida. Nesta semana, o presidente disse, em entrevista à rede de TV CNN, que a atuação de Maia é "péssima" e insinuou que o parlamentar trama contra o seu governo.
A página do Movimento Avança Brasil, movimento bolsonarista com maior número de seguidores, além do "Fora Doria", pedia a saída do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. A página transmitiu imagens dos atos dos dois dias.
No sábado, o ato que foi até a noite, chegou a colocar um carro de som na Avenida Paulista. Também ocorreram atos semelhantes em outras capitais, como Rio de Janeiro, Salvador e Manaus. A carreata deste domingo em Ribeirão Preto (SP) foi proibida por um juiz, a pedido do Ministério Público Estadual.
O presidente participou de ato em Brasília no início da tarde deste domingo. Na capital federal os manifestantes pediam o fechamento do Congresso Nacional, a volta do AI-5 e as Forças Armadas nas ruas.