A Casa Civil informou por meio de nota, nesta quinta-feira, que identificou os responsáveis por editar informações de jornalistas na enciclopédia colaborativa Wikipédia. "A Comissão de Sindicância Investigativa, instaurada no âmbito da Casa Civil, identificou o servidor público ocupante de cargo efetivo da carreira de finanças e controle, Luiz Alberto Marques Vieira Filho, como autor das alterações nos verbetes" diz a nota. Ele pediu desligamento de seu cargo atual e sua exoneração será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira.
Segundo a pasta, "o servidor assumiu a autoria das alterações". Na época em que ocorreram as edições, ele exercia o cargo de assessor da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Hoje o servidor ocupa a função de chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). De acordo com a nota, "será aberto processo administrativo disciplinar (PAD), nos termos da Lei 8.112/1990, sobre o caso, assegurado amplo direito de defesa e do contraditório".
Alterações
Os perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg na enciclopédia colaborativa Wikipédia foram alterados, com críticas, por Luiz, que utilizou a rede de internet do Palácio do Planalto. Além dos perfis dos jornalistas, também foram editados os perfis de aliados como os ex-ministros Antonio Palocci, Alexandre Padilha, e do vice-presidente, Michel Temer.
Em um dos trechos modificados no dia 13 de maio, às 18h36, o usuário escreveu "Miriam Leitão fez a mais corajosa e apaixonada defesa de Daniel Dantas, ex-banqueiro condenado por corrupção entre outros crimes contra o patrimônio público. A forma como Miriam Leitão se envolveu na defesa de Dantas chamou a atenção de Carlos Alberto Sardenberg, seu companheiro na CBN, para quem a jornalista estava diferente naqueles dias".
Sobre Sardenberg, o texto escrito no dia 10 de maio o acusa de defender posições da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por interesse pessoal. A publicação diz que o jornalista "é irmão de Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, instituição que tem grande interesse na manutenção de juros altos no Brasil, uma medida geralmente defendida também por Carlos Alberto Sardenberg em suas colunas".
