O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira, 24, que o Brasil não vai emitir qualquer tipo de repreensão a Cuba por violações aos direitos humanos. "Não é nosso papel", disse o ex-ministro a jornalistas em Buenos Aires, após a reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.
Na visão de Amorim, o encontro entre Lula e Díaz-Canel significa a normalização da relação entre as partes e o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba é um "absurdo" que precisa ter fim.
Questionado pela reportagem sobre a retomada do programa Mais Médicos, Celso Amorim disse que o tema não foi discutido ou "que ele não escutou", informou. Ele disse não ter ouvido ao longo da reunião qualquer comentário sobre a retomada do convênio entre Brasil e a ilha caribenha no âmbito do Mais Médicos.
Lançado no governo Dilma pelo então ministro da Saúde Alexandre Padilha, hoje ministro de Relações Institucionais, o Mais Médicos foi um programa para ampliar a oferta desses profissionais da saúde no Brasil. O governo pagava um valor mensal ao regime cubano, que enviava os médicos ao País.
Após a reunião com Lula, o presidente cubano afirmou, via redes sociais, que a CELAC é uma oportunidade de união entre países que sofrem com a desigualdade social, permitindo avançar para o desenvolvimento sustentável.
Celso Amorim considerou que as bilaterais foram "substanciosas e produtivas", destacando a bilateral com Barbados: "O Brasil havia abandonado o Caribe", considerou, destacando que o governo vê uma relação em potencial entre os dois países, principalmente no mercado turístico e a petroleiro. O Presidente do Brasil também se reuniu com líderes da União Europeia e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura).