Certificado de vacinação da filha de Bolsonaro foi gerado em inglês um dia antes de viagem aos EUA, diz PF

PF defende que ex-presidente e ex-primeira-dama sabiam de falsificação de dados da filha, Laura, de 12 anos, e podem responder por corrupção de menores

3 mai 2023 - 17h39
(atualizado às 17h55)
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro deixa sua casa após uma operação de busca, em Brasília, Brasil, 3 de maio de 2023.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro deixa sua casa após uma operação de busca, em Brasília, Brasil, 3 de maio de 2023.
Foto: Reuters/Adriano Machado

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos. 

O documento indica que ela teria tomado duas doses da Pfizer. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 3, que a filha não foi imunizada. "Na minha casa, apenas eu fui vacinada", escreveu nas redes sociais.

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A Polícia Federal (PF) defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade.

"Obviamente, Jair Messias Bolsonaro e Michelle Firmo Bolsonaro têm plena ciência de que os dados de vacinação em nome de sua filha menor de idade são ideologicamente falsos", afirma a corporação.

Em representação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF defendeu que a adolescente está em 'condições de inimputabilidade, vulnerabilidade e submissão ao poder familiar de seus pais'.

Os investigadores veem indícios de que Bolsonaro e Michelle cometeram os crimes de uso de documento falso e de corrupção de menores.

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"A contextualização dos dados apresentados, considerando as manifestações públicas do ex-presidente da República Jair Bolsonaro de que não vacinaria sua filha, Laura Firmo Bolsonaro, contra a covid-19, demonstram fortes indícios de que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida para a adolescente, por determinação de seus pais", defende a Polícia Federal.

Após a emissão do certificado, os registrados de vacinação em nome de Laura teriam sido excluídos dos sistemas do Ministério da Saúde pela servidora do município de Duque de Caxias (RJ) Claudia Helena Rodrigues da Silva.

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