Chefe da PF diz que identificação de nova joia fortalece investigação contra Bolsonaro

Identificação foi feita durante diligências dos investigadores nos EUA, no âmbito do inquérito que investiga as joias ilegais

11 jun 2024 - 12h30
(atualizado às 12h58)
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil / Estadão

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, confirmou nesta terça-feira, 11, que os investigadores descobriram uma nova joia que teria sido negociada por pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. Em entrevista coletiva, Rodrigues também afirmou que a nova descoberta fortalecerá as investigações sobre o suposto esquema de venda de presentes recebidos por Bolsonaro em viagens oficiais.

A identificação foi feita durante as últimas diligências dos investigadores em território americano, no âmbito do inquérito que investiga as joias ilegais. "A nossa diligência localizou que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve negociação de outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se ela já foi vendida ou não foi. Mas houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior", afirmou Andrei. 

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"Tecnicamente falando, isso robustece a investigação que se tem feito", completou o diretor.

Segundo Rodrigues, a expectativa é que tanto o caso das joias quanto o inquérito relacionado às fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro sejam concluídos ainda em junho.

De acordo com as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram vender pelo menos quatro itens, sendo dois provenientes da Arábia Saudita e dois do Bahrein. 

No inquérito, a PF indica a existência de uma organização criminosa ao redor do ex-presidente, que teria desviado joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele enquanto representante do Estado brasileiro.

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Nova Joia

O novo item de luxo foi descoberto há poucas semanas, após ações dos investigadores nos EUA. Um dos depoentes, ligado a uma joalheria americana, descreveu o valor potencial do objeto, afirmando que suas pedras preciosas poderiam ser extraídas para comercialização. No entanto, o depoente informou que o negócio acabou não sendo concluído.

Há suspeitas de que a joia também possa ter sido um presente de um país do Oriente Médio ao ex-presidente. Agora, os investigadores querem descobrir informações sobre onde a joia está atualmente. 

As investigações preliminares sugerem que a joia estava guardada no mesmo estojo que continha uma escultura de palmeira, folheada a ouro, entregue a Bolsonaro durante um encontro entre empresários brasileiros e árabes no Bahrein, país localizado na Ásia. 

A avaliação dos investigadores é que o depoimento prestado ainda precisa ser corroborado por mais provas. Portanto, a expectativa é de que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, seja ouvido nos próximos dias para fornecer mais detalhes sobre a existência, a origem e o destino do objeto.

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A joia não teria sido incluída na "operação resgate", que envolveria aliados do ex-presidente na recompra de itens vendidos no exterior após uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para a devolução dos presentes.

Fonte: Redação Terra
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