Cid Gomes vai articular frente de esquerda para ajudar Dilma

Governador do Ceará vai trabalhar para reduzir dependência do PMDB e atenuar chantagens ao Palácio do Planalto

4 nov 2014 - 12h27
(atualizado às 12h36)

O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), disse nesta terça-feira à presidente Dilma Rousseff que vai articular uma frente partidária de esquerda para ajudar o Palácio do Planalto a garantir governabilidade no Congresso. A ideia é chegar a um número perto de 10% de deputados para evitar chantagens e uma dependência por parte do PMDB.

Gomes comunicou à Dilma que procurará nos próximos dois meses, no fim de seu mandato como governador, partidos que militam à esquerda para a construção de uma frente, que pode evoluir para uma fusão. Segundo ele, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab faz uma articulação semelhante,  pela recriação do Partido Liberal (PL), mas entre legendas de centro.

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“Eu nesses dois meses desejo cumprir uma tarefa de ajuda-la e ajudar o governo numa diretriz de atenuar as chantagens, as ameaças e as pressões que vem sofrendo”, disse o governador, que levou o governador eleito, Camilo Santana (PT), ao Palácio do Planalto. Ele não revelou qual foi a receptividade da presidente à ideia.

No último ano de seu primeiro mandato, a presidente Dilma enfrentou uma rebelião da base aliada, que estava descontente com a articulação política do Palácio do Planalto e com os rumos da reforma ministerial. Deputados do PMDB, principal sócio do governo federal, articularam a criação de um bloco informal que impôs dificuldades a presidente na Câmara dos Deputados.

"Acho que esse movimento em ter uma frente e um partido de centro para além do PMDB e um partido ou uma frente à esquerda ajuda na governabilidade e reduz aí o espaço da pressão que muitas vezes beira até a chantagem", afirmou.

Gomes evitou enumerar quais legendas deve procurar, mas citou o PDT e o PCdoB como partidos a serem procurados. Ele também disse que há políticos descontentes em siglas como o PSB e o PSol, que poderiam migrar para um eventual novo partido de esquerda. 

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Segundo ele, Dilma terá dois meses difíceis no fim do primeiro mandato por causa de ressentimentos pós-eleitorais. "Agora esses dois meses ela vai passar grandes dificuldades por conta de sentimentos raivosos que atribuem a ela insucessos eleitorais, injustamente. Eu quero ajudá-la nisso e, nessa hora, essa articulação para reduzir um pouco os que querem prejudicá-la, prejudicar o país, é importante", disse.

Cid não comenta especulação sobre ministério 

Cotado para assumir o Ministério da Educação, Cid Gomes não comentou especulações sobre a reforma ministerial. Após se reunir com Dilma, o governador falou que quer ser consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nos Estados Unidos. "A presdente sabe que o meu projeto, na linha onde tenho trabalhado, que é de ir para o Banco Interamericano, uma temporada nos Estados Unidos como consultor", disse.

Gomes disse, no entanto, que a presidente reconhece as políticas públicas da educação no Ceará. "A presidenta reconhece os indicadores no Ceará, e reconhece isso publicamente. O Pnaic (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa) foi inspirado num programa que nasceu no Ceará", disse.

Fonte: Terra
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