O caminhão da mudança já chegou ao Palácio do Alvorada, revelou na tarde desta quinta-feira (15.dez.22) o site Metrópoles. A imagem é carregada de significado, em tempos em que o presidente em exercício, apelidado de “presidente sainte” pelos adversários, ainda não aceitou a vitória do “presidente entrante”.
Tem mais significado ainda no dia em que a Polícia Federal sai às ruas para buscar ao menos 100 manifestantes e instigadores dos atos antidemocráticos que têm dado aula de vandalismo até em Brasília.
É hora de partir e os bolsonaristas que fazem plantão no cercadinho do Planalto devem já ir (desculpem o trocadilho, mas não resisti) se acostumando a outro endereço. Embora o destino do presidente ainda seja incerto.
Não se sabe se ele morará ao lado do vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão, em um condomínio de luxo de Brasília. Mesmo com o cofre gordinho com duas aposentadorias (a do Exército e a da Câmara dos Deputados), Bolsonaro terá as despesas bancadas pelo dinheiro público que irriga os partidos, ou seja, o Fundo Partidário do qual ele e seus seguidores sempre foram críticos ferrenhos.
O PL, partido de Bolsonaro, ficou de pagar o aluguel, pois Bolsonaro não quer voltar ao Rio de Janeiro e seria um articulador político da legenda no trabalho de oposição ao governo de Lula 3. Mas, por ter questionado sem motivo o resultado das eleições, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, está com as contas do partido congeladas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Até pagar a multa de sugestivos R$ 22,9 milhões, não pode arcar com as despesas do aluguel.
O caminhão da mudança chega também no dia em que o filho mais radical do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, joga a toalha no ringue do Twitter.
“Como alguns podem esquecer tão rápido os sacrifícios de um homem que praticamente deu a vida, remando contra uma maré de podridão, com resiliência de modo a conseguir avanços nunca imaginados, e banalizá-lo como se todo um processo tremendamente complexo dependesse somente dele?”, queixou-se o vereador, que continuou: “Por que as pessoas ditas "do bem" não fazem o simples exercício de se colocar no lugar do próximo?”
Com a debandada de aliados, Carlos Bolsonaro está aprendendo na carne que a derrota é um lugar de extrema solidão. Não importa para onde se mude.